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Operação

Comissão francesa multa Amazon por vigilância de funcionários

Empresa foi multada em valor equivalente a R$ 172 milhões por supostamente monitorar colaboradores

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Trabalhadores da Amazon; comissão francesa. Conceito de marketplace

A Amazon recebeu uma multa de 32 milhões de euros (aproximadamente 172 milhões de reais) na França devido à vigilância considerada “excessiva” sobre seus trabalhadores, prática que envolvia medidas consideradas ilegais pela autoridade de proteção de dados do país. A Amazon France Logistique, encarregada da gestão de depósitos, foi multada por uma comissão francesa independente por registrar as atividades de seus funcionários através de scanners portáteis.

A Comissão Nacional de Informática e Liberdades (CNIL) da França revelou que a Amazon monitorava minuciosamente as atividades, chegando ao ponto de exigir que os trabalhadores justificassem cada pausa realizada. Em resposta às conclusões da CNIL, um porta-voz da Amazon discordou veementemente e considerou as afirmações como “factualmente incorretas”.

A investigação dos depósitos da Amazon pela agência de proteção de dados francesa ocorreu após reclamações de funcionários e cobertura midiática sobre as condições de trabalho. A CNIL constatou que a empresa violou o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), incluindo um sistema com três alertas para monitorar a atividade dos funcionários, considerado ilegal pela autoridade.

Um dos alertas era acionado caso um item fosse escaneado muito rapidamente ou se o tempo entre os scans de dois itens fosse inferior a 1,25 segundos, aumentando o risco de erro. O sistema também detectava pausas de 10 minutos ou mais e rastreava intervalos entre um e 10 minutos. Além disso, a CNIL questionou a necessidade de a Amazon manter os dados dos colaboradores por 31 dias.

No Reino Unido, um sistema semelhante utilizado nos depósitos da Amazon também foi alvo de questionamentos. Brian Palmer, chefe de política europeia da Amazon, informou a um comitê parlamentar em novembro de 2022 que um empregado poderia ser demitido se tivesse três alertas de produtividade no sistema. Contudo, a Amazon posteriormente declarou que essas afirmações não estavam “totalmente corretas”.

Um relatório feito posteriormente pelo Comitê de Estratégia Industrial, Energética e Empresarial destacou preocupações sobre a tecnologia de vigilância sendo usada para estabelecer metas de desempenho e monitorá-las, sugerindo que as práticas de vigilância da Amazon estavam gerando desconfiança, microgerenciamento e, em alguns casos, ações disciplinares contra seus funcionários.

A comissão francesa enfatizou que a Amazon já tinha acesso a dados suficientes para garantir a qualidade e a segurança em seus depósitos e considerou o sistema de monitoramento “excessivamente invasivo”. Além disso, a empresa foi multada por não informar adequadamente os trabalhadores e visitantes externos sobre a vigilância, sendo também considerada com segurança insuficiente em sua vigilância por vídeo.

O sindicato GMB, representante dos trabalhadores dos depósitos da Amazon no Reino Unido, afirmou que os funcionários da empresa estavam enfrentando “níveis brutais de escrutínio e vigilância” após o anúncio da decisão da CNIL.

Trabalhadores da Amazon; comissão francesa

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