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Como equilibrar estratégias omnichannel com as preferências dos consumidores por lojas físicas?
Os consumidores da APAC (Ásia-Pacífico) mostram preferências variadas para compras, com uma dependência significativa de lojas físicas, apesar do crescimento do varejo online. Os varejistas enfrentam o desafio de integrar tecnologias digitais com métodos tradicionais para atender a essas necessidades diversificadas.
De acordo com o relatório ‘Navigating the Future of Seamless Commerce in Asia Pacific’ da KPMG e GS1, apenas uma pequena porcentagem de consumidores pode depender exclusivamente de compras online, enfatizando a importância contínua do varejo físico.
Por exemplo, na Indonésia, apenas 8% dos consumidores expressaram confiança em depender exclusivamente de compras online, provavelmente devido aos avanços nos serviços de entrega, apesar dos desafios geográficos do país. Em contraste, apenas 1% dos filipinos e 2% dos singapurenses relataram que poderiam prescindir de lojas físicas, sublinhando a preferência duradoura por experiências de compras físicas.
Canais preferidos
As preferências dos consumidores variam significativamente em toda a Ásia-Pacífico. Cerca de 45% dos entrevistados selecionaram o omnichannel como seu canal de compra preferido, com as Filipinas e a Índia exibindo as maiores preferências, com 61% e 54%, respectivamente.
As compras online ganharam força em mercados como Hong Kong SAR, China, Vietnã, Indonésia, Singapura e Taiwan. Por outro lado, consumidores na Nova Zelândia, Austrália, Malásia, Coreia do Sul, Filipinas e Tailândia ainda preferem lojas físicas.
Enquanto isso, o Japão prefere lojas físicas ao omnichannel, enquanto a Indonésia mostrou preferência por compras online ao invés do omnichannel.
O relatório afirma que fatores como a distribuição geográfica, a eficiência das entregas e os hábitos dos consumidores influenciam essas preferências.
“Embora a pandemia da COVID-19 tenha acelerado as compras online na região da Ásia-Pacífico, nossa pesquisa revela que os hábitos dos consumidores em termos de como, onde e quando compram permanecem altamente variados,” afirma o relatório.
Crescimento do mercado
Dados da Forrester mostram que na região da Ásia-Pacífico, países principais, incluindo China, Coreia do Sul, Japão, Índia e Austrália, devem ver as vendas no varejo online crescerem de $2,2 trilhões em 2023 para $3,2 trilhões em 2028. A China lidera essa alta, com China e Coreia do Sul esperando superar 40% de penetração no varejo online até 2028.
Globalmente, espera-se que as vendas no varejo online alcancem $6,8 trilhões até 2028, com uma taxa de crescimento anual composta de 8,9% a partir dos $4,4 trilhões de 2023. No entanto, o relatório enfatiza que, apesar desse crescimento, espera-se que 76% das vendas globais no varejo permaneçam offline em 2028, totalizando $21,9 trilhões.
Comércio sem emendas e estratégia de varejo
O comércio sem emendas tornou-se agora o novo padrão, deixando os modelos tradicionais de varejo para trás no atendimento às demandas dos consumidores, segundo o relatório da KPMG e GS1.
A pandemia acelerou essa transformação, levando os varejistas a investirem fortemente em tecnologia e a simplificar as cadeias de suprimentos para atender aos consumidores digitalmente proficientes.
“Não só foram online para comprar alimentos, mantimentos e outros bens essenciais, mas a migração do trabalho em escritórios para o trabalho em casa aumentou a demanda em categorias como vestuário e mobiliário doméstico, à medida que necessitavam de mais roupas casuais e equipamentos de escritório em casa,” afirma o relatório.
Esse aumento na atividade online, juntamente com o uso crescente das mídias sociais, obrigou as empresas a investirem em tecnologia para melhorar o engajamento com os clientes, recomendações de produtos personalizadas e gerenciamento eficiente da cadeia de suprimentos para garantir entregas mais rápidas e melhor gerenciamento de estoque.
Regionalmente, as plataformas de e-commerce mostraram variação significativa, com players dominantes como a Amazon exercendo grande influência em mercados como Índia, Japão e Hong Kong SAR. O comércio social e o live streaming também estão surgindo como as tendências de crescimento mais rápido em vários mercados do Sudeste Asiático.
Uma intensa competição entre várias soluções de e-commerce e marketplaces prevalece na região da Ásia-Pacífico, já que os consumidores priorizam plataformas que oferecem uma ampla gama de produtos e entrega confiável. Preços competitivos, promoções, entrega rápida e serviço ao cliente aprimorado estão entre os fatores críticos que impulsionam essas escolhas dos consumidores.
Imagem: Envato
Informações: Jaleen Ramos para Retail Asia
Tradução: Central do Varejo