Economia
Confiança do empresário do comércio caiu em agosto
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou 108,7 pontos em agosto, indicando uma queda de 1,5% em relação ao mês anterior, conforme dados ajustados sazonalmente. Este é o quarto mês consecutivo de declínio, sendo o mais acentuado do período. Em comparação com agosto de 2023, houve uma redução de 1,8%, mantendo o ciclo negativo iniciado em janeiro deste ano.
A confiança do empresário do comércio nas condições atuais da economia caiu 5,0% em relação a julho, sendo esse o maior destaque negativo do mês. O subindicador de condições atuais do Icec também apresentou a quarta queda consecutiva, com um recuo de 3,1%, situando-se em 83,8 pontos, abaixo da zona de satisfação. A deterioração das condições atuais do comércio, que caiu 2,8%, reflete a desaceleração observada nos indicadores de evolução do comércio ampliado, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em junho.
A incerteza econômica em torno da taxa Selic, da inflação e das contas públicas tem contribuído para uma perspectiva de redução do comércio nos próximos meses. Essa conjuntura desafiadora se reflete na cautela dos comerciantes em relação ao mercado de trabalho, evidenciada pela queda de 1,5% na “Intenção de Contratação de Novos Funcionários”, conforme o subindicador do Icec.
Além disso, o subindicador “Intenções de Investimento” registrou uma diminuição de 0,8%, marcando a segunda queda consecutiva desde novembro de 2023, sinalizando uma retração no interesse dos comerciantes em investir para expandir seus negócios.
Apesar dessas quedas, o item “Percepção em relação aos estoques” registrou um pequeno crescimento de 0,3%, apontando a importância do controle de produtos para a estabilidade dos negócios. A percepção cautelosa dos empresários em relação ao mercado de trabalho também é refletida nos consumidores. A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou uma queda de 0,1% em agosto, com um decréscimo de 0,2% na percepção das expectativas para o emprego.
Por fim, o subindicador “Expectativas do Icec” apresentou a segunda maior queda mensal, de 1,1%, acumulando quatro resultados negativos consecutivos. A expectativa em relação à economia, especificamente, teve a maior redução na comparação anual, com uma queda de 4,2%.
Imagem: Envato