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Consumo de destilados recua após notificações de contaminação por metanol

O consumo de bebidas destiladas apresentou retração nas últimas semanas, após o registro de casos de contaminação por metanol em produtos vendidos de forma irregular. Desde o fim de setembro, quando as primeiras notificações foram divulgadas por órgãos de saúde, houve uma mudança imediata no comportamento dos consumidores, especialmente na Região Metropolitana de São Paulo.
De acordo com dados da Scanntech, empresa de inteligência de dados para o varejo e a indústria de bens de consumo, as vendas de garrafas de destilados caíram 11% no país entre 28 de setembro e 7 de outubro, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Na Grande São Paulo, a retração chegou a 15%. As categorias de gin, vodka e uísque foram as mais impactadas, com queda de 23% nas vendas no Brasil e 26% em São Paulo.
O levantamento aponta que a maior redução ocorreu em bares e adegas, locais de onde se originaram a maior parte das notificações de contaminação por metanol. No canal alimentar, que inclui supermercados e atacarejos, o impacto foi mais moderado. Na região metropolitana de São Paulo, as unidades vendidas recuaram 16% na primeira semana após a divulgação dos casos (28/09 a 04/10) e 12% nos três primeiros dias da semana seguinte.
A Associação Paulista de Supermercados (APAS) informou que a compra de bebidas alcoólicas em supermercados segue sendo segura. A entidade destacou que o setor mantém processos de rastreabilidade e controle de qualidade que asseguram a origem e autenticidade dos produtos disponíveis.
Segundo a Scanntech, a análise diária de vendas mostra oscilações pontuais no comportamento de compra, indicando cautela por parte do consumidor. “Em momentos como este, os dados são fundamentais para entender rapidamente o que está acontecendo no mercado e onde estão os principais impactos. Eles nos mostram a realidade de forma precisa e ajudam varejistas e indústrias a reagirem com agilidade, buscando soluções e retomando a confiança do consumidor”, afirmou Thomaz Machado, CEO da Scanntech Brasil.
Imagem: Divulgação