Consumo em supermercados supera restaurantes, indica estudo

A Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgou os resultados do estudo Alelo-Fipe referentes a novembro de 2025. O levantamento apresenta os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e em Restaurantes (ICR), que acompanham mensalmente o comportamento das transações em todo o Brasil.

Os dados indicam desempenho mais favorável do consumo em supermercados em comparação ao segmento de restaurantes no período analisado. No caso do ICS, o volume de transações apresentou estabilidade, com variação de −0,1%, enquanto o valor transacionado registrou alta de 4,1% e o valor médio por transação avançou 4,2%. De acordo com o estudo, o resultado reflete fatores como o efeito calendário, a antecipação de compras associada ao “esquenta” Black Friday ao longo do mês, o mercado de trabalho aquecido e o alívio relativo da inflação de alimentos no domicílio em novembro. Esses elementos contribuíram para aumento do valor por transação, influenciado por mix de produtos, itens sazonais e cestas de compras maiores.

No índice de restaurantes, o ICR apontou retração no número de transações, com queda de 1,6%, acompanhada de recuo de 0,9% no valor total transacionado. O valor médio por transação apresentou leve alta de 0,6%. Segundo o estudo, a combinação desses indicadores sugere uma postura mais cautelosa no consumo fora do lar, associada à priorização de gastos no varejo, promoções de fim de ano e despesas típicas do período.

O levantamento também destaca a influência da inflação da alimentação fora do domicílio, que avançou 0,46% no mês e mantém patamar elevado no acumulado de 12 meses, fator que tende a reduzir a frequência de consumo em restaurantes. Além disso, o cenário financeiro restritivo permanece como elemento de pressão, com a taxa básica de juros (Selic) em 15%, perspectiva de manutenção dos juros em nível elevado por período prolongado, endividamento das famílias em torno de 79,5% e inadimplência em 30,5% em setembro.

De acordo com o estudo Alelo-Fipe, a melhora gradual da confiança do consumidor, medida pelo Índice de Confiança do Consumidor da FGV, que atingiu 89,8 pontos em novembro, na terceira alta mensal consecutiva, contribui positivamente para o consumo. No entanto, esse avanço ainda não foi suficiente para neutralizar as restrições de crédito e orçamento, que afetam de forma mais intensa os serviços, como restaurantes, em relação à alimentação no domicílio.

Imagens: Divulgação e Envato