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Economia

No início de janeiro, deixa de ser possível comprar carro novo no Brasil por menos de R$ 70 mil

O veículo zero mais barato do país é o Renault Kwid, por R$ 71.190

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Carros parados em estacionamento

Com a virada do ano e o reajuste salarial, os preços de várias coisas sobem, e isso também ocorreu no mercado automotivo no país. Algumas montadoras que atuam no Brasil reajustam seus preços, fazendo com que o carro zero mais barato do país ultrapassasse a marca dos R$ 70 mil. O Renault Kwid, carro hatch, no modelo zen, custa agora R$ 71.190; o segundo carro mais barato agora é o Fiat Mobi, que antes era o primeiro, quando custava R$ 69.990. Agora, seu valor foi atualizado para R$ 71.990, com 2 mil reais de diferença, e passando a contar com o controle de tração e o assistente de partida em rampas de fábrica.

Esse reajuste segue a tendência de cada vez se tornar mais caro comprar um carro no Brasil. Atualmente, o preço médio de um carro 0km no Brasil é de R$ 130 mil. Em 2016, esse valor era de R$ 66.311, o que representa um aumento de cerca de 114%.

Com os preços mais baixos por volta de R$ 70 mil, o trabalhador brasileiro que ganha salário mínimo tem que trabalhar, sem gastar nada, por mais de quatro anos para ser capaz de juntar o dinheiro necessário. Tudo isso mostra como os valores estão inacessíveis para o consumidor brasileiro.

E isso tem um impacto direto na economia e na indústria. Com consumidores sem possibilidade de comprar, o mercado é diretamente atingido. A indústria automobilística representa cerca de 22% da indústria brasileira, e 4% do PIB do país.

Alguns fatores contribuem para que os preços dos carros se tornem cada vez mais inacessíveis. O Brasil é um dos países que mais cobram impostos sobre carros no mundo. Em relação ao preço de um veículo novo, os impostos representam cerca de 30% a 50% desse valor. Se o carro for importado, essa parcela sobe para 60% a 80%.

Além disso, os carros estão ficando cada vez mais tecnológicos, e os consumidores mais exigentes, como explica o especialista em finanças, Hulisses Dias: “A perspectiva é de que fique cada vez mais caro mesmo, porque um veículo hoje em dia tem muita tecnologia envolvida. O Brasil é um grande vendedor de matérias-primas com pouco valor agregado, mas um grande importador de produtos com maior valor agregado, e os softwares acabam sendo uma transferência de renda dos brasileiros para o exterior, porque a gente não produz muita tecnologia aqui”.

Imagem: Envato