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Dia 2 do Pós-NRF Goakira Omnibiz aborda futuro do varejo

Temas de grande importância para o setor foram abordados no evento

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Imagens de produtos em loja da Swarovski; Pós-NRF Goakira Omnibiz

Insights proveitosos e muita troca de experiências. Assim foi o segundo dia do Pós-NRF da Goakira Omnibiz, que reuniu na última segunda-feira (5) personalidades do varejo nacional para discutir temas de relevância no setor. 

O auditório da TOTVS, na zona norte de São Paulo, reuniu enviados da Goakira Omnibiz para a NRF 2024 e diversos representantes do setor que, mesmo sem a oportunidade de participar presencialmente do maior evento de varejo do mundo, gostariam de se manter atualizados sobre o que foi abordado no último mês de janeiro em Nova York.

O cofundador da Goakira Omnibiz, Daniel Zanco, foi o responsável pela abertura do evento. Zanco elencou cinco pontos de relevância observados na NRF que os varejistas devem seguir nos próximos anos para obter mais chances de sucesso perante os consumidores.

Para exemplificar o primeiro ponto (produto), Zanco citou marcas que, segundo ele, têm “obsessão” em proporcionar o melhor mix de produtos e serviços possível. Um dos exemplos é o da americana Dyson, que fabrica, entre outros itens, aspiradores e secadores para cabelo e que afirma criar pelo menos 500 protótipos para chegar no produto perfeito. Outras marcas como Petco, Apple e Wegmans também foram citadas como exemplos de empresas que desenvolvem diferenciais e cativam o consumidor através do produto.

Disponibilidade e conveniência foram o tema do segundo tópico, onde Zanco citou marcas que auxiliam o consumidor a tomar decisões de forma eficiente. O executivo contou que, na visita que os enviados da Goakira Omnibiz fizeram ao centro de distribuição da Amazon em Nova York, foi enorme a surpresa com o investimento da gigante varejista em processos e estrutura para potencializar cada vez mais a agilidade nas entregas. Ser ágil e eficiente foram considerados principais diferenciais para chamar a atenção do consumidor — além do oferecimento de soluções como self-checkout e o uso de diferentes canais de comunicação.

Ao explicar o terceiro tópico (marca e experiência), Zanco chama atenção para o componente intangível de um produto, como uma bolsa Louis Vuitton, por exemplo. O executivo apontou que a loja física é um fator relevante para gerar valor em produtos com componentes intangíveis. Foram citados exemplos de lojas que trazem experiências que instigam o consumidor a visitá-las em vez de apenas efetuar uma compra através do e-commerce, como a Yeti, localizada em Ohio, passando pela Crate & Barrel, Tiffany&Co e Swarovski, que foi citada como exemplo de criação de experiências por ter produtos exclusivos dependendo da unidade.

Imagens de produtos em loja da Swarovski; Pós-NRF Goakira Omnibiz

Posteriormente, Zanco apontou a importância do preço e da eficiência operacional, citando a escala como fator relevante para uma prática de preços saudável: é necessário ser muito grande para negociar e comprar em grandes quantidades. Dessa forma, operar bem e gastar pouco na operação é um diferencial de primeira grandeza para entregar esse tipo de vantagem para o consumidor. Esse tema é, inclusive, muito caro a ele: um levantamento trazido por Zanco na palestra e feito pela Forrester Research com clientes do varejo no Brasil mostra que 60% deles compraria em um varejista que não conhecem previamente, desde que este ofereça um preço mais baixo, enquanto 59% fariam essa escolha se fosse oferecido frete grátis. 

O caminho apresentado pelo executivo para vender mais barato é a redução de custos operacionais, com o retail media sendo um dos principais caminhos nesse sentido. Zanco apontou que a Best Buy seguiu esse modelo, alugando espaços dentro de suas lojas físicas para outras marcas. Assim, a companhia conseguiu enxugar seus gastos e expandir suas vendas a ponto de fazer frente a grandes empresas do e-commerce como a Amazon.

Por fim, Zanco detalhou a criação de intimidade com o consumidor como fator de grande relevância no novo varejo. Trabalhar bem sua base de clientes, criar um senso de comunidade com eles, com o uso de interações e programas de fidelidade, além de investir em processos e gestão de pessoas é fundamental para criar engajamento positivo para as marcas.

Transformação digital: como ela pode ser aliada do varejo?

Posteriormente, o diretor executivo de varejo da TOTVS, Elói Assis, mediou um debate entre varejistas sobre transformação digital e a adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial — um dos temas que mais foram abordados na edição deste ano da NRF.

Elói tratou sobre o conceito de disrupção, apresentando momentos da história em que novas ideias e tecnologias surgiram, quebrando a ordem vigente e estabelecendo novos padrões. O executivo traçou um paralelo com o varejo ao lembrar que as mudanças tecnológicas estão presentes há muito mais tempo do que se acredita e que a diferença está na adaptação a essas mudanças. 

Em entrevista exclusiva para a Central do Varejo, Elói apontou que um dos principais desafios para a transformação digital no varejo é fazer com que as empresas entendam o papel da tecnologia. “A tecnologia é básica agora. Tão básica quanto a energia elétrica. Hoje ninguém discute fazer uma loja sem eletricidade, mas ainda se discute o uso de certas tecnologias nas lojas. E estamos num ponto em que o varejo funciona de tal forma que, se você não tem tecnologias mínimas, fica difícil competir em pé de igualdade com o restante do segmento, fazendo com que você cresça muito menos do que as empresas que estão investindo nisso”, explica.

O diretor da TOTVS conclui indicando que é necessário integrar as empresas ao digital, assim como o digital já está completamente integrado nas nossas vidas pessoais. “Ninguém mais vive sem celular, sem streaming… A pessoa jurídica também não pode viver sem o digital. Ela precisa disso para funcionar.”

Imagem: Divulgação