Economia

Dividendos globais crescem; Brasil fica fora do top 10

Segundo levantamento divulgado por gestora de fundos, crescimento foi impulsionado por empresas europeias; Petrobras puxa Brasil para fora do top 10

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Gráficos subindo; dividendos globais crescem

A gestora de investimentos Janus Henderson divulgou seu tradicional Índice Global de Dividendos nesta quarta-feira (30). De acordo com os dados, a distribuição dos dividendos globais aumentou em 4,9% no segundo trimestre de 2023 em relação aos primeiros três meses do ano.

A alta dos dividendos globais foi impulsionada pelo crescimento das empresas europeias. À exceção do Reino Unido, elas pagaram 10% mais dividendos do que outras regiões do planeta. Os Estados Unidos tiveram uma queda no mesmo período.

O índice da Janus Henderson mostrou também uma forte queda no Brasil no ranking de dividendos globais. Em um trimestre sem grandes movimentações no mundo, as empresas brasileiras listadas registraram 53% a menos do que no período de abril a junho do ano passado.

O grande corte feito pela Petrobras influenciou neste resultado. A companhia estatal de petróleo havia liderado o ranking da Janus Henderson no ano passado e, no segundo trimestre deste ano, pagou menos da metade (R$ 30,6 bilhões) do que foi pago aos acionistas no ano passado (R$ 62 bi). No total, a queda dos dividendos brasileiros foi de 44% após fatores como o ajuste da taxa de câmbio.

Os dividendos dos mercados chamados emergentes caíram 0,8% em relação ao segundo trimestre de 2022, liderados por mudanças nas políticas das empresas de petróleo tanto no Brasil quanto na Colômbia. A Ecopetrol cortou os proventos regulares e especiais, reduzindo em 63% os pagamentos nominais.

A Nestlé lidera o ranking de maiores pagadoras de dividendos globais, seguida pela HSBC Holdings e pela Mercedes-Benz. A China Mobile, estatal chinesa de telefonia celular, aparece logo atrás, na quarta posição. No Top 10, também figuram empresas como a Microsoft, Allianz e Sanofi.

Gráficos subindo; dividendos globais crescem

As instituições financeiras foram as protagonistas do levantamento quando o assunto é quais setores pagaram mais dividendos globais. No segundo trimestre de 2023, metade de todo o crescimento mundial veio do setor bancário. Segundo o relatório da Janus Henderson, o aumento das taxas de juros impulsionou este resultado.

O pagamento de dividendos globais também cresceu por causa das fabricantes de carros. Segundo a gestora, o setor foi forte em todo o mundo, representando um sétimo do crescimento no período de um ano — metade do crescimento do segmento veio de empresas alemãs. As mineradoras, no entanto, foram o setor com menor contribuição no levantamento.

Entre continentes, a distribuição de dividendos aumentou 10% na Europa em relação a 2022, chegando a um recorde de US$ 184 bilhões no total. Os resultados na América do Norte e na Ásia, no entanto, não foram bons, com países como Estados Unidos e Coreia do Sul crescendo apenas timidamente.

O valor total da distribuição de dividendos globais no segundo trimestre de 2023 foi de US$ 568,1 bilhões (R$ 2,7 trilhões em conversão direta), um crescimento de 6,3% em relação ao mesmo período no ano anterior.

Imagem: Envato

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