Economia
Economia brasileira deve ser positiva em 2024, mas ainda com alguns desafios
Início da queda da taxa de juros traz esperança, porém, a recuperação completa da economia ainda deve demorar um tempo
De acordo com o relatório “Cenário Macroeconômico Global e Brasil 2024”, da Fundação Dom Cabral, a economia brasileira 2024 tem boas perspectivas, e obteve um resultado mais positivo esse ano que o resto do mundo. A previsão é que o Brasil tenha um crescimento positivo de cerca de 2,2%. Em 2022, esse crescimento foi de 3%, e, para o fechamento de 2023, a previsão é que também tenha sido de 3%. Assim, o Brasil deve se manter entre as 10 economias do mundo no próximo ano.
No fluxo econômico do país, estamos passando pela menor faixa de desemprego em oito anos (desde 2015), com uma taxa de 7,8%. Também, os alimentos permanecem em baixa para a população, mesmo que a inflação, em geral, esteja em alta. Porém, a previsão de inflação para 2024 é de baixa. A taxa de juros começou a cair depois de muita resistência do Banco Central, mesmo depois de muita pressão do presidente Lula, o que foi um aceno positivo para o mercado, sobre a independência do BC.
Em relação ao cenário internacional, a previsão é de baixa, o que pode favorecer o Brasil em alguns pontos. A guerra da Ucrânia e na Faixa de Gaza causam um grande impacto econômico, dificultando os fluxos de importações e impactando nas moedas internacionais. Além disso, a crise econômica enfrentada pela China recentemente, por causa de seu mercado imobiliário, tem marcado negativamente o cenário global.
O Brasil se beneficia do reposicionamento das cadeiras globais de suprimento, principalmente por causa da guerra na Ucrânia, e o país acaba sendo visto como uma alternativa de fornecedor de commodities.
Por outro lado, as perspectivas sobre a economia brasileira para 2024 também preveem dificuldades. As taxas de juros ainda estão altas, e a renda das famílias permanece comprometida por conta de um período longo de inflação elevada. Com várias empresas em recuperação judicial e em crise econômica, e mais de 400 empresas fechadas no primeiro semestre, os varejistas permanecem cautelosos em 2024.
Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil