Economia

Famílias de baixa renda são mais afetadas pela inflação em janeiro, diz Ipea

O aumento no preço dos alimentos impactam principalmente o orçamento das classes mais baixas

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Máquina de pesar alimentos com frutas e legumes ao fundo; varejista

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem, 19, o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, revelando que, em janeiro, as famílias de baixa renda foram mais afetadas pela inflação. Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, em janeiro de 2024 ficou em 0,42%, para as famílias de renda muito baixa, que recebem até R$ 2.105,99, o impacto foi de 0,66%.

As famílias que recebem entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99 sentiram uma inflação de 0,59%, e as famílias de renda média-baixa (entre R$ 3.158,99 e R$ 5.264,99) tiveram um impacto de 0,49%.

O cenário foi inverso entre as famílias de renda média e alta, com a inflação ficando abaixo da média nacional. Para aqueles que recebem entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96 (renda média), o índice foi de 0,37%. Para a renda média-alta (entre R$ 10.529,96 e R$ 21.059,92), a inflação foi de 0,38%, e para as famílias de renda alta, que recebem mais que R$ 21.059,92, a inflação foi a menor, de 0,04%.

Entre os motivos apontados pelo Ipea para esse cenário está principalmente o maior preço dos alimentos registrado em janeiro. Isso acontece porque as famílias com menor poder aquisitivo gastam um percentual maior de seus salários comprando itens de alimentação, enquanto as de renda mais alta conseguem comprar outras categorias de itens menos afetados pela inflação em janeiro, como passagens aéreas e gastos com transporte de aplicativo.

Para as famílias mais pobres, o preço dos alimentos teve impacto de 0,44 p.p. na inflação, enquanto, para as famílias de renda mais alta, esse impacto foi de 0,14 p.p.

“Em janeiro, o principal foco inflacionário para as classes de rendas mais baixas veio do grupo alimentos e bebidas, refletindo a alta dos preços dos alimentos no domicílio, especialmente dos cereais (6,8%), dos tubérculos (11,1%), das frutas (5,1%) e dos óleos e gorduras (2,1%)”, explica a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Parente Lameiras (Via Agência Brasil).

Imagem: Envato

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