Economia
Faturamento do varejo apresenta nova queda em agosto, diz Cielo
Em agosto de 2024, o faturamento do varejo brasileiro apresentou queda de 0,2% em termos reais, já descontada a inflação, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). No entanto, em termos nominais, que consideram a receita de vendas sem o desconto da inflação, houve um aumento de 4,7%.
Entre os macrossetores, o de Serviços registrou a maior queda, com um recuo de 3,5%, sendo o setor de Turismo e Transporte o principal responsável pela variação negativa. O segmento de Bens Duráveis e Semiduráveis também apresentou queda, de 0,5%, influenciado pela diminuição nas vendas de Materiais para Construção. Em contrapartida, o setor de Bens Não Duráveis foi o único que registrou crescimento, com alta de 1%, impulsionado principalmente pelo desempenho dos Supermercados e Hipermercados.
“Segmentos presenteáveis, como varejo alimentício especializado e móveis, eletro e departamento apresentaram alta de faturamento no mês e é possível inferir que o resultado esteja relacionado com a data”, afirmou o vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, Carlos Alves.
“Já o setor de Supermercados e Hipermercados, favorecido pela deflação observada pelo segundo mês consecutivo, também amenizou a queda do varejo. Como o desempenho desse segmento foi acima de Bares e Restaurantes, é possível supor que as famílias preferiram comemorar o Dia dos Pais em casa”, explicou o executivo.
As vendas online registraram um crescimento nominal de 6,5% em agosto, enquanto as vendas presenciais tiveram alta de 4,2%, ambas em comparação com o mesmo período de 2023.
Em termos de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apontou uma alta de 0,19% em agosto. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atribuiu o principal impacto ao setor de Transportes, devido ao aumento nos preços dos combustíveis. Ao ponderar os índices de inflação (IPCA e IPCA-15) pelos setores e pesos do ICVA, a inflação acumulada do varejo nos últimos 12 meses foi de 4,9%.
As regiões brasileiras apresentaram desempenhos distintos no varejo em agosto, com base no ICVA deflacionado e ajustado pelo calendário. A região Sul foi a única a registrar crescimento (1,6%), enquanto as demais apresentaram retração: Sudeste (-1,8%), Nordeste (-2,8%), Norte (-3%) e Centro-Oeste (-3,5%). No índice nominal, que não desconta a inflação, a região Sul registrou alta de 5,1%, seguida por Sudeste (4,4%), Norte (1,8%), Centro-Oeste (1,4%) e Nordeste (1%).
O ICVA é um índice desenvolvido pela área de Business Analytics da Cielo, com o objetivo de monitorar mensalmente a evolução do varejo no Brasil a partir de informações de vendas realizadas em 18 setores, abrangendo desde pequenos lojistas até grandes varejistas.
Imagem: Envato