Funcionários que usam IA relatam menor índice de burnout

Apesar de algumas preocupações, trabalhadores da linha de frente que utilizam inteligência artificial (IA) em suas funções parecem estar se beneficiando da tecnologia.

Uma nova pesquisa da UKG, plataforma global de IA para gestão de RH, folha de pagamento e força de trabalho, constatou que as taxas de esgotamento (“burnout”) entre os trabalhadores presenciais da linha de frente se mantiveram estáveis em relação ao estudo de 2024 — 76% relatam burnout atualmente. No entanto, mais de um em cada três trabalhadores de linha de frente afirmam usar IA em suas funções hoje, e aqueles que a utilizam relatam taxas de burnout muito menores (41%) do que os que não usam a tecnologia (54%).

O estudo da UKG, realizado em parceria com a Workplace Intelligence, mostra que os trabalhadores de linha de frente na Índia usam IA no trabalho muito mais do que em outros países (84%), seguidos pelo México (52%) e pela Austrália (39%). Apenas 28% dos trabalhadores de linha de frente nos Estados Unidos e 27% no Canadá afirmam usar IA em suas funções.

Comparando o uso por setor, 38% dos profissionais de serviços utilizam IA, seguidos pelos setores de varejo, hospitalidade e alimentação (33%), setor público (33%), distribuição e logística (32%) e saúde (27%).

Muitos (43%) trabalhadores da linha de frente são otimistas em relação à IA e se sentem confortáveis em utilizá-la para processos de RH (78%), tarefas de trabalho (76%) e redação de avaliações de desempenho (71%). Três em cada quatro trabalhadores também afirmam confiar na IA para desenvolver planos de carreira, recomendar novos cargos dentro da organização, verificar contracheques, aprovar folgas e encontrar substitutos ou realizar trocas de turnos.

“A ironia é que, se feita da maneira certa, a IA pode capacitar as pessoas a serem mais humanas e fazerem o que foram feitas para fazer”, disse Corey Spencer, vice-presidente de IA da UKG. “Nosso estudo global mostra que ainda há trabalho a ser feito para educar, treinar e explicar melhor o ‘porquê’ por trás do uso da IA na linha de frente. Trata-se de IA e pessoas trabalhando juntas para transformar tarefas repetitivas em trabalho significativo. Quando a IA é implementada com foco nas pessoas, não parece que você está usando tecnologia — parece que está resolvendo problemas.”

Apesar do otimismo, ainda há preocupações sobre como a IA está transformando o mercado de trabalho. Quase dois terços (65%) dos trabalhadores da linha de frente temem que colegas com habilidades em IA possam tomar seus empregos, e quase metade diz estar tomando medidas para “provar seu valor” aos empregadores, como aprender novas habilidades, assumir projetos extras e trabalhar longas horas, turnos adicionais ou mesmo quando estão doentes.

Um terço dos funcionários afirmou que pediria demissão se fosse obrigado a usar IA de maneiras que não fazem sentido, e um quarto está perdendo a confiança em seus empregadores devido a preocupações de serem substituídos pela tecnologia.

“A IA pode ser uma ferramenta poderosa para prevenir o burnout no trabalho, mas nosso estudo revela que o receio em relação à tecnologia pode levar uma força de trabalho já sobrecarregada a fazer ainda mais horas para impressionar seus chefes”, afirmou Dan Schawbel, sócio-diretor da Workplace Intelligence. “Isso não é sustentável. Cabe aos líderes da linha de frente promover conversas mais abertas com suas equipes. Compartilhar os planos de curto e longo prazo da organização em relação à IA, bem como oferecer mais treinamento sobre as ferramentas, pode ajudar a reduzir os temores e permitir que os trabalhadores atuem ao lado da IA com mais eficiência e sucesso pessoal.”

A pesquisa da UKG baseia-se em um levantamento conduzido pela Walr entre 29 de maio e 13 de julho de 2025. No total, 8.200 trabalhadores de vários países responderam ao questionário, incluindo profissionais da linha de frente dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, México e Irlanda.

Imagem: Reprodução
Informações: Zachary Russell para CSA
Tradução livre: Central do Varejo