Comportamento

Geração Z e Millennials são os que mais recorrem ao parcelamento no Brasil

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O parcelamento continua sendo um dos principais mecanismos de acesso ao consumo no Brasil. Estudo realizado pela Croma Consultoria, intitulado “O futuro da relação do brasileiro com o dinheiro e as finanças”, aponta que 51% dos brasileiros planejam adquirir um imóvel e 43% pretendem financiar um veículo nos próximos dois anos, consolidando esses itens como os principais motores da compra parcelada.

O levantamento mostra que, diante do alto valor de imóveis e automóveis, o financiamento em parcelas é a forma viável de aquisição para a maioria das famílias. A prática também é utilizada para bens de menor valor, como eletrodomésticos, eletrônicos e roupas. Nestes casos, os consumidores buscam concentrar os pagamentos em até 12 parcelas, reduzindo o impacto no orçamento.

As diferenças regionais também se destacam. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, 77% da população afirma ter intenção de financiar compras, proporção acima da média nacional. Segundo o estudo, esse comportamento pode estar relacionado ao fato de parte da população dessas regiões atuar em setores informais ou sazonais, como agronegócio, mineração e comércio local.

Para Edmar Bulla, fundador da Croma Consultoria, o fenômeno reflete uma característica cultural: “o parcelamento não é apenas um recurso financeiro, é parte da cultura de consumo do brasileiro. Quando 51% da população projeta financiar um imóvel, estamos diante de um padrão que organiza não só o orçamento familiar, mas também o ritmo do varejo e do crédito no país. Ignorar isso é não compreender como funciona a engrenagem da nossa economia”.

O estudo ainda evidencia diferenças entre gerações. A Geração Z (75%) e os Millennials (72%) são os que mais recorrem ao parcelamento, enquanto a Geração X (52%) e os Baby Boomers (58%) demonstram menor propensão. Entre os Baby Boomers, no entanto, 40% afirmam ter intenção de parcelar a compra de smartphones e 31% a de eletrodomésticos, índices que superam a média nacional e mostram abertura para modernização do consumo.

“O estudo mostra que até os Baby Boomers, historicamente mais conservadores, estão dispostos a parcelar smartphones e eletrodomésticos. Isso indica que o parcelamento deixou de ser apenas uma necessidade e se consolidou como estratégia consciente de atualização tecnológica e preservação do caixa pessoal”, disse Bulla.

O levantamento conclui que o parcelamento se consolidou como prática central do consumo no país. “O hábito de parcelar revela um paradoxo: o brasileiro financia para manter a liquidez. Essa escolha explica por que mesmo em tempos de instabilidade, o consumo resiste. O crédito parcelado atua como válvula de equilíbrio, permitindo acesso imediato a bens e sustentando setores inteiros da economia”, finalizou.

Imagem: Envato

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