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Economia

Haddad enfrenta sua maior crise no governo

Dificuldade para equilibrar gastos e arrecadação, além de difícil articulação com Lula desgastam Ministro da Fazenda

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Fernando Haddad de terno, sentado, ao microfone, gesticulando

Ontem, foi a primeira vez em que o dólar fechou abaixo de R$ 5,40 em dez dias, depois de um mês de altas e instabilidades, motivadas, em parte, pela falta de confiança do mercado financeiro na governabilidade do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois de uma série de derrotas na tarefa de equilibrar despesas e arrecadação, Haddad se vê enfraquecido dos dois lados: mercado financeiro e Governo.

O especialista em finanças e investimentos Hulisses Dias explica: “Haddad se vê pressionado, porque o mercado não tem mais confiança na política econômica que ele precisa implementar. Por outro lado, o patrão dele, que é o presidente Lula, pressiona para que ele gaste e arrecade mais. Só que essa arrecadação já chegou no limite. Então, nesse processo, ele se vê encurralado pelos dois lados e sem capital político para implementar mudanças, isso faz com que o mercado questione a capacidade dele de realizar as suas estratégias”.

No meio de junho, Haddad comentou, após sair do evento “Despertar Empreendedor”, que o Brasil é uma “encrenca” e “difícil de administrar”. Também criticou decisões de políticos e empresários que, de acordo com ele, “nem sempre estão pensando no País”.

A fala veio logo depois de a MP do PIS/Cofins ser devolvida pelo Congresso ao Executivo. A Medida Provisória buscava alterar as regras de compensação de créditos de PIS/Cofins, aumentando a arrecadação fiscal, porém, não foi aceita da maneira como foi editada

A iniciativa de editar a MP veio depois de a desoneração na folha de pagamentos ser mantida nas 17 áreas que mais empregam na Economia. O Governo buscou interromper a desoneração, mas o Congresso argumentou que a empregabilidade seria afetada, e não houve mudanças.

Diante da dificuldade de aumentar a arrecadação federal, o Governo Lula tem a tarefa de analisar o orçamento e apontar possíveis áreas para corte de gastos. A Ministra de Planejamento, Simone Tebet, afirmou estar buscando agilidade para analisar o orçamento de 2025.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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