Economia

Intenção de Consumo das Famílias desacelera pelo segundo mês, com queda de 2,1%

Emprego, perspectiva profissional, nível de consumo, perspectiva de consumo e momento de duráveis tiveram baixa; por outro lado, renda atual e acesso ao crédito avançaram

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Homem segurando sacolas de compras com mão no rosto mostrando arrependimento

De acordo com pesquisa do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresenta uma queda de 2,1% em fevereiro do ano atual em comparação com o mês de janeiro. Este é o segundo mês consecutivo de desaceleração do ICF, após o indicador atingir seu melhor patamar, 99,1 pontos, em dezembro de 2023. Ao analisar por faixa de renda, observa-se desaceleração tanto para as famílias com renda até 10 salários-mínimos (SM), quanto para aquelas com rendimentos superiores a 10 SM, com quedas de 2,3% e 1,4%, respectivamente.

O índice geral do ICF mostra uma melhora de 9,8% em relação a fevereiro de 2023, quando o indicador estava em 87,9 pontos. Na estratificação por renda, tanto as famílias com até 10 SM quanto aquelas com renda superior a 10 SM registram aumento no indicador, com avanços de 10,5% e 6,5%, respectivamente.

Segundo Gilson Machado, economista da Fecomércio MG, essa desaceleração na intenção de consumo é um comportamento típico no início do ano, devido a despesas como matrículas escolares, impostos de propriedade e veículos automotores.

Ao analisar a composição do ICF, nota-se uma desaceleração nos seguintes tópicos: emprego (-0,9%), perspectiva profissional (-7,3%), nível de consumo (-1,0%), perspectiva de consumo (-1,1%) e momento de duráveis (-5,4%). Por outro lado, renda atual (0,2%) e acesso ao crédito (0,8%) registraram avanço em relação ao mês anterior.

Cada índice analisado registra uma parte em nível de satisfação (acima de 100 pontos) e outra de insatisfação: Emprego (122,3), Perspectiva Profissional (119,0), Renda Atual (109,8), Perspectiva de Consumo (101,0), Acesso ao Crédito (85,6), Nível de Consumo (85,5), Momento de Duráveis (52,6).

Na comparação anual, a perspectiva de consumo saiu dos 85,0 pontos para os 101,0 pontos, um crescimento de 18,8%, levando à mudança do patamar para o nível de satisfação. Machado destaca que esse crescimento reflete a melhora no ambiente econômico de Minas Gerais.

Já o acesso a crédito teve uma grande diminuição, de 9,2% em relação a fevereiro de 2023, passando de 94,3 pontos para os atuais 85,6 pontos. Essa mudança pode ser explicada pela dificuldade que as famílias têm enfrentado para acessar o crédito, tornando-o mais difícil para 42,6% das famílias com rendimentos de até 10 SM e 21,6% para famílias com mais de 10 SM.

Além disso, o momento de duráveis está em um patamar muito baixo, com 52,6 pontos, demonstrando um elevado nível de insatisfação. A situação era pior no mesmo período do último ano, quando estava em 35,0 pontos. Vale destacar que o momento é desfavorável para a aquisição dessas mercadorias para 74,0% das famílias com até 10 salários-mínimos e 62,5% para famílias com rendimentos superiores a 10 salários-mínimos.

Imagem: Envato

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