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Lucro da Nike despenca 86% enquanto empresa se prepara para impacto de US$ 1 bi em tarifas

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A Nike registrou uma queda de 86% no lucro trimestral, enfrentando uma forte retração nas vendas, custos elevados com reestruturação corporativa e um impacto estimado de US$ 1 bilhão devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A gigante de artigos esportivos reportou um lucro líquido de US$ 211 milhões no quarto trimestre fiscal, bem abaixo dos US$ 1,5 bilhão do mesmo período do ano anterior. A receita caiu 12%, para US$ 11,1 bilhões, o menor valor desde o terceiro trimestre de 2022.

A região da Grande China teve a maior queda nas vendas, enquanto América do Norte e EMEA (Europa, Oriente Médio e África) apresentaram sinais mais positivos de recuperação.

O diretor financeiro da Nike, Matthew Friend, afirmou que os resultados refletem o “maior impacto financeiro” do atual programa de reestruturação Win Now.

Ele também confirmou que a empresa vai implementar aumentos de preços “cirúrgicos” nos EUA a partir deste outono (no Hemisfério Norte), como forma de compensar as novas tarifas introduzidas pelo presidente Donald Trump.

Com sede no Oregon, a marca estima que o atual regime tarifário — parte da estratégia comercial “Dia da Libertação” do governo Trump — pode adicionar cerca de US$ 1 bilhão aos seus custos em 2025. Para mitigar esse impacto, a Nike planeja reduzir sua dependência da China na produção de calçados destinados aos EUA, diminuindo a participação de 16% para um dígito baixo até maio de 2026.

“Nossa meta é compensar totalmente o peso das tarifas ao longo do tempo”, afirmou Friend, acrescentando que a Nike está trabalhando com parceiros do varejo e fornecedores para minimizar o impacto para os consumidores.

Apesar do trimestre fraco, as ações da Nike subiram mais de 10% nas negociações após o fechamento do mercado, já que a projeção de receita para o próximo trimestre superou as expectativas. Executivos destacaram um “crescimento contínuo” nas parcerias com varejistas como JD Sports e Dick’s Sporting Goods, reafirmando confiança na recuperação de longo prazo.

O CEO Elliott Hill acrescentou: “Estamos vendo sinais encorajadores na América do Norte e EMEA, embora a recuperação na China deva levar mais tempo. Mas acreditamos que estamos virando a chave.”

Os aumentos de preços da Nike seguem a mesma direção da Adidas, que no mês passado também alertou que os custos crescentes com comércio exterior forçariam a alta dos preços nos EUA.

Os últimos resultados surgem em meio à renovada incerteza global sobre a política comercial. Embora os EUA e a China tenham recentemente acordado a redução de tarifas sobre materiais de terras raras, a suspensão tarifária mais ampla de 90 dias imposta pela Casa Branca (que expira em julho) deixa o setor varejista em alerta para possíveis novas volatilidades.

Imagem: Unsplash
Informações: Georgia Wright para Retail Gazette
Tradução livre: Central do Varejo

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