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Mais de 40% das PMEs consideraram trocar de banco ao ter crédito negado

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A relação das pequenas e médias empresas brasileiras com o sistema financeiro passa por um momento de transformação. Segundo o Panorama PME Brasil, estudo divulgado pela Visa em parceria com a consultoria Business Meets Culture (BMC), 43% das PMEs que tiveram crédito negado afirmam ter considerado trocar seu banco principal — embora apenas 16% tenham efetivamente feito a mudança. O dado revela o peso da oferta (ou recusa) de crédito na percepção de valor dos empreendedores e no nível de fidelização às instituições financeiras.

O levantamento ouviu mais de 2 mil empreendedores de diferentes setores, portes e regiões do país, oferecendo uma visão abrangente sobre comportamento financeiro, desafios de gestão e tendências geracionais no ecossistema de pequenos e médios negócios.

Clientes multibanco

O estudo da Visa mostra que os empreendedores brasileiros conhecem, em média, dez instituições financeiras com soluções empresariais. Destas, acreditam manter algum tipo de relacionamento com quatro — mas são clientes efetivos de apenas duas.

A utilização de cartões segue a mesma lógica de diversificação: as PMEs usam, em média, quatro cartões, sendo dois corporativos (PJ) e dois pessoais (PF). Essa fronteira pouco nítida entre pessoa física e pessoa jurídica aparece em outro dado relevante: 57% das empresas misturam contas PF e PJ, com 35% alternando usos e 22% operando majoritariamente a partir da conta pessoal do proprietário.

Quando escolhem seu banco principal, os empreendedores priorizam fatores como:

  • Confiança e solidez da instituição (39%)
  • Já possuir conta pessoal no banco (33%)
  • Facilidade de acesso ao crédito (30%)
  • Ter todos os serviços concentrados em um único lugar (28%)
  • Benefícios direcionados ao negócio (27%)
  • Percepção de que o banco entende a realidade da empresa (26%)

A preferência ainda recai majoritariamente sobre instituições financeiras tradicionais: 73% têm sua conta principal em bancos clássicos, enquanto fintechs respondem por 14%, “challengers” por 10% e cooperativas por 3%.

O que torna um cartão atraente para PMEs

O estudo buscou entender também quais benefícios tornam cartões corporativos mais relevantes para os empreendedores. Entre os itens mais desejados, destacam-se:

  • Desconto no valor da maquininha (53%)
  • Liquidez imediata (49%)
  • Recompensas para quem vende (38%)
  • Investback voltado para o negócio (38%)

Para Carla Mita, vice-presidente de Marketing da Visa do Brasil, o comportamento identificado reflete uma lógica pragmática por parte dos empreendedores. “Nosso estudo deixa claro que os empreendedores tomam decisões financeiras de forma muito pragmática, reagindo ao dia a dia e priorizando soluções que geram impacto imediato no negócio. Esse olhar orientado por dados reforça a importância da nossa atuação consultiva: entender padrões, antecipar necessidades e desenvolver soluções que simplificam processos, reduzem custos e aumentam a eficiência das empresas.”

Digitalização vs. gestão manual

Embora 82% dos entrevistados já tenham tido contato com soluções de inteligência artificial e 31% afirmem usar IA no cotidiano do negócio, a realidade operacional ainda é híbrida. Metade das PMEs utiliza métodos não digitais — como cadernos e anotações manuais — para gerir fluxo de caixa, despesas e receitas.

O desejo de capacitação, por sua vez, é quase unânime: mais de 90% demonstram interesse em aprender mais sobre gestão e administração, desde que o conteúdo seja simples, direto e aplicável à rotina.

As diferenças geracionais aparecem de forma clara no estudo. A Geração Z, apesar de altamente digitalizada, é também a mais crítica: apenas 47% dos jovens empreendedores estão satisfeitos com seu cartão PJ atual. Já entre os Baby Boomers — empreendedores com mais de 60 anos — o índice de satisfação chega a 74%.

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