Mercado revisa projeção de inflação para cima pela quinta semana seguida

Analistas de mercado revisaram pela quinta semana seguida a projeção para a inflação deste ano, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central. Segundo as medianas das expectativas, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2024 em 3,90%, 0,9 ponto percentual acima do centro da meta de 3%, mas ainda dentro da margem de tolerância de até 4,5%.

Além das projeções para 2024, os analistas também revisaram a estimativa de inflação para 2025, elevando-a para 3,78%. Este é o sexto aumento semanal consecutivo para a inflação de 2025. O centro da meta para o próximo ano é o mesmo deste ano — 3% — com um limite superior de 4,5%.

Essas revisões ocorrem em um contexto de incertezas fiscais, efeitos climáticos adversos no Rio Grande do Sul e a transição na liderança do Banco Central. Além disso, o cenário internacional traz inseguranças adicionais, como as políticas de juros das grandes economias e possíveis riscos geopolíticos.

Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que, embora a inflação atual esteja controlada, as expectativas mostram uma “desancoragem” da meta, o que preocupa a autoridade monetária. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá para decidir sobre a política de juros.

No último encontro, em maio, houve uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, um ritmo menor do que o observado anteriormente neste ciclo de cortes. Para 2024, os economistas mantêm a projeção de 10,25% para a Selic, sugerindo mais um corte. Já para 2025, a taxa terminal foi elevada de 9% para 9,25%, indicando uma tendência de juros altos por mais tempo.

Os analistas de mercado, além da inflação, também revisaram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2,05% para 2,09%. Na semana passada, o PIB do primeiro trimestre registrou um crescimento de 0,8%, acumulando uma alta de 2,5% para o ano. A expectativa do governo federal é que a economia avance 2,5% em 2024, ligeiramente abaixo do crescimento projetado para 2023, de 2,9%.

Imagem: Envato