Economia
Mercado se anima, mas analistas ainda veem ano difícil para varejo
Apesar da instabilidade econômica no setor, grandes investidores voltaram a dar atenção para o varejo nacional essa semana

Nesta semana, grandes gestoras de investimento, conhecidas como “tubarões do mercado”, realizaram movimentações relevantes no setor de varejo, como mostrou uma matéria do Money Times. A Schroder Investment Management Brasil adquiriu 5 milhões de ações da Lojas Renner, passando a deter 5,34% do capital da varejista. Por outro lado, a Capital World Investors zerou sua posição na Quero-Quero. Apesar dessas movimentações, especialistas não consideram que o varejo se tornou atrativo novamente.
De acordo com o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra, o setor tem apresentado dias positivos recentemente, mas isso se deve a um movimento otimista geral na bolsa brasileira. Embora o Ibovespa, principal índice da B3, tenha subido 4% em maio, Serra acredita que o varejo ainda enfrentará um ano fraco. Ele destaca que um eventual corte na taxa Selic pode beneficiar as empresas financeiramente, mas não terá impacto significativo nas vendas.
O economista e professor da FAC-SP, Denis Medina, explica que o setor de varejo ainda sofre com a instabilidade econômica nacional e internacional. O poder de compra do consumidor e a confiança dos empresários continuam abalados, o que resulta em crescimento e investimentos fracos nos próximos anos. Medina também ressalta que, mesmo com uma possível redução na taxa de juros, ela ainda permanecerá alta, exercendo pressão sobre as varejistas.
O Boletim Focus do Banco Central prevê uma taxa de juros de 12,50% ao ano no final de 2023, e de 10% no final de 2024. Diante desse cenário, o economista afirma que não há plena confiança no setor. Embora o analista da Ativa considere o varejo atraente a curto prazo devido ao movimento positivo da bolsa, a casa de análise é mais cautelosa em relação ao longo prazo.
Medina afirma que não é um momento positivo para investir no varejo e recomenda esperar a turbulência passar. Ele destaca que as opções mais promissoras dentro do setor são aquelas relacionadas ao consumo básico, pois em tempos de instabilidade, o supérfluo é deixado de lado. Nesse sentido, o ramo alimentício é o que se destaca e tem um futuro mais próspero.
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