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Operação

Natura considera separação da Avon

Se aprovada, a medida cria duas empresas de beleza de capital aberto, administradas separadamente

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Escritório da empresa Natura, com andares e a logo da marca na parede.

Créditos: Reprodução Natura

A Natura & Co. está considerando separar seus negócios da Avon. Em comunicado na segunda-feira, 05, a Natura disse que seu conselho de administração autorizou a exploração da separação. Se for aprovada, a medida criará duas empresas de beleza independentes e de capital aberto.

Segundo a proposta, a Natura operaria sua marca homônima globalmente e continuaria administrando a marca Avon na América Latina. A Avon administraria o restante de suas operações fora da América Latina e se beneficiaria indiretamente das vendas na América Latina por meio de um acordo comercial com a Natura. O acordo não é garantido e a conclusão da separação estaria sujeita à aprovação do conselho e ao consentimento dos acionistas majoritários, disse a empresa.

“O objetivo deste estudo é desbloquear todo o potencial de ambas as empresas, que têm presenças geográficas distintas e atendem diferentes consultoras de beleza e consumidores”, disse a Natura em seu anúncio. “As duas entidades autônomas teriam, cada uma, equipes independentes de governança e gestão. Esta separação potencial também proporcionaria aos acionistas maior visibilidade sobre o desempenho financeiro, estrutura, perspectivas de crescimento e teses de investimento das respectivas empresas.”

Se essa separação avançar, será a terceira mudança na estrutura societária da Natura no último ano. Em novembro, a Natura & Co. anunciou que havia vendido a The Body Shop para a empresa de private equity Aurelius, por 207 milhões de libras (cerca de US$ 257 milhões na época). Também, a Natura adquiriu a marca da L’Oréal em 2017, ,  em abril,  vendeu a marca de beleza de luxo Aesop para a L’Oréal por US$ 2,5 bilhões.

“Os recursos obtidos com a venda da Aesop, concretizada no final de agosto, nos permitiram avançar rapidamente em nosso plano de gestão de passivos, com mais da metade de nossa dívida já pré-paga até o final do trimestre”, Fábio Barbosa, CEO do grupo Natura & Co., disse no último anúncio de lucros da empresa em novembro. “Este é um passo importante para desbloquear valor sustentável para os nossos investidores e cumprir as nossas prioridades financeiras de manter uma estrutura de capital forte, uma disciplina financeira rigorosa sobre custos e despesas e aumentar a conversão de dinheiro.”

No terceiro trimestre, a Natura & Co., sediada em São Paulo, reportou uma receita líquida consolidada de 7,5 mil milhões de reais (cerca de 1,5 mil milhões de dólares até ao momento). Esse resultado representa uma queda de 10,5% em relação ao ano anterior. A receita da Avon International caiu 11,6% no trimestre e a The Body Shop relatou uma queda de 15%. A Natura & Co. possui 900 lojas e franquias e 22 mil funcionários.

Por: Natan Delesline para Retail Dive