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Novembro registrou recorde de pedidos de recuperação judicial, diz Serasa
Micro e pequenas empresas são as que mais efetuaram pedidos
No mês de novembro, o panorama econômico do país testemunhou um notável salto no número de pedidos de recuperação judicial, conforme revelado pelo Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Os dados apontam para 175 solicitações registradas, representando um incremento de 8,0% em relação ao mês anterior. Comparativamente ao mesmo período de 2022, esse aumento foi ainda mais expressivo, alcançando a marca de 196,6%.
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, enfatizou que, apesar das melhorias indicadas pela redução da inflação e das taxas de juros, os reflexos positivos na inadimplência das empresas ainda não se traduzem de forma contundente no cenário de recuperação judicial. “O constante crescimento da lista de companhias negativadas mostra que a instabilidade econômica ainda é um desafio para os empreendedores”, ressaltou.
De acordo com Rabi, a escalada desses índices está diretamente ligada à situação de inadimplência das empresas brasileiras. “Nesse contexto, abalados financeiramente, muitos empresários acabam recorrendo aos processos de recuperação judicial como uma tentativa de renegociar dívidas e evitar a falência“, completou o economista.
As micro e pequenas empresas (MPEs) lideraram as requisições em novembro, com 137 pedidos, seguidas pelos médios negócios, somando 22, e as grandes corporações, totalizando 16 solicitações. No mesmo período do ano anterior, as MPEs também lideravam com 113 solicitações, seguidas pelas companhias de porte médio (33) e grandes (16).
Quanto aos setores, o segmento de “Serviços” foi o mais afetado, com 112 demandas por recuperação judicial, seguido pelo setor do “Comércio”, com 33 pedidos. A “Indústria” contabilizou 22 solicitações, enquanto o setor “Primário” registrou 8.
Em contrapartida, os pedidos de falência apresentaram uma redução significativa, mantendo uma tendência decrescente pelo quarto mês consecutivo. Novembro registrou 39 casos, marcando uma queda de 36,1% em comparação com o mês anterior e uma diminuição ainda mais expressiva de 58,9% em relação a 2022.
Mais uma vez, as micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de falência, com 25 casos, seguidas pelas grandes corporações (8) e as médias empresas (6). Analisando por setores, o “Comércio” foi o mais afetado, com 18 pedidos, seguido por “Indústria” e “Serviços”, ambos com 10 casos, e o setor “Primário” com um único registro.
Imagens: Serasa Experian e Envato