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NRF 2024: uma imersão no futuro do varejo

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A NRF 2024, em Nova Iorque, chegou ao final e trouxe dois sentimentos: muito frio, mas com a sensação de um varejo aquecido! O Big Show foi realizado ao longo de três intensos dias e contou com números expressivos – talvez históricos. Mais de 40.000 mil pessoas, quase 10% só de brasileiros (a maior delegação estrangeira do evento, possivelmente, a maior da história), mais de 6.200 marcas, 100 países, 190 palestras, mais de 450 palestrantes e mais de 1.000 stands na feira.

A NRF (National Retail Federation), para quem não sabe, é a associação comercial de varejo mais importante do mundo. Ela realiza, anualmente, na cidade de Nova Iorque, e no segundo domingo de Janeiro, o Big Show, que é o maior evento do segmento. Esta foi a 112º edição e teve recordes quebrados em uma conferência que mostrou-se altamente eficiente para continuar oferecendo discussões ricas e valiosas. Nos últimos dois anos, percebi uma NRF muito mais consciente e trazendo temáticas de tecnologias resolutivas. Talvez não seja coincidência tanta eficiência junta.

O objetivo era claro: entender, experimentar e abrir mentes para as últimas inovações e práticas no universo do varejo norte-americano. E o que de mais valioso deu para captar nas discussões trazidas pela NRF?

Inteligência Artificial atrelada à eficiência operacional 

Ao refletir sobre a experiência vivida durante esse evento, fica evidente que a inteligência artificial (IA) foi o grande protagonista. Para quem estava preparado para discursos vazios sobre a transformação do mundo pela IA, a NRF foi uma grata surpresa. O evento colocou o dedo na ferida e disse que a tecnologia não resolve todos os problemas. James Clarke, da NielsenIQ, disse em uma das palestras que vi: “a IA é tão boa quanto os dados que você tem na empresa”. Portanto, é necessário que as empresas façam a lição de casa. 

Inúmeras startups apresentaram soluções inovadoras, mas o destaque recaiu sobre como os varejistas estão incorporando a IA em suas operações. Nesse cenário, a eficiência operacional continua sendo o ponto central das discussões, mesmo quando envolve a aplicação de tecnologias avançadas como a inteligência artificial.

A aplicação prática da inteligência artificial, principalmente em áreas como alocação de estoque, previsões precisas, mensuração do valor vitalício do cliente (LTV) e custo de aquisição de clientes (CAC), tem se mostrado altamente eficaz. Essas aplicações tangíveis geram resultados concretos para as empresas, alinhando-se perfeitamente com a busca incessante por eficiência.

Dentro do vasto campo da IA, surge uma área de destaque: a inteligência artificial generativa. Foi possível ver avanços significativos na criação de conteúdo de produto, incluindo a ambientação de produtos com pessoas e cenários. Essas inovações não apenas agregam valor à experiência do consumidor, mas também fortalecem a conexão emocional entre o cliente e os produtos oferecidos.

Retail Media

Outro tópico relevante que dominou as discussões foi o conceito de retail media. Trata-se da metamorfose dos varejistas em veículos de comunicação, buscando monetizar suas audiências, seja através da venda de espaço publicitário ou compartilhamento de dados.

Grandes players, como a Amazon, têm liderado esse movimento, com trabalhos espetaculares e outras marcas estão seguindo a mesma estratégia, reconhecendo o potencial desse modelo.

Andrew Lipsmann, da Insider Intelligence, mostrou que esse é um mercado que vai saltar de US$30 bilhões para US$100 bilhões nos próximos dois anos. O problema é que não há espaço para todo mundo – existem hoje 180 redes de retail media, mas a indústria e as agências não vão querer trabalhar com tudo isso. É um mercado que vai se concentrar muito rapidamente. 

Tecnologia para empoderar lojas físicas

Por fim, uma abordagem que ganhou destaque foi o uso da tecnologia para empoderar o time de lojas físicas. Ao proporcionar mais dados e recomendações precisas sobre produtos, os vendedores são capacitados a entender melhor os clientes, resultando em interações mais personalizadas e eficientes. Essa utilização estratégica da tecnologia aproxima os vendedores dos consumidores e os torna mais eficazes no momento da venda.

Em resumo, a NRF 2024 ofereceu, mais uma vez, uma análise profunda no futuro do varejo. A inteligência artificial, o retail media e o empoderamento das equipes de lojas físicas por meio da tecnologia foram os pontos-chave que moldaram as discussões.

Agora, cabe a nós, profissionais do varejo aqui no Brasil, transformar esses insights em ações concretas. É o que precisamos para as empresas pensarem grande e irem além.

Imagem: Delegação Goakira Omnibiz


Alessandro Gil fala sobre a NRF 2024

*Por Alessandro Gil, umas das maiores autorias digitais do país, possui grande experiência com e-commerce, atuando em empresas como Ikeda, Rakuten, VTEX, Linx e Locaweb. Liderou projetos de plataforma e omnicanalidade nos mais diferentes segmentos e tamanhos de empresa – será um dos responsáveis pelo Fórum de Ecommerce do Retail Summit e Vice-Presidente da Wake. Saiba mais sobre o trabalho da Wake.