E-commerce
NuvemCommerce 2025 revela desafios do e-commerce brasileiro
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Na última terça-feira (18), a Nuvemshop, maior plataforma de e-commerce da América Latina, realizou o evento de lançamento da NuvemCommerce 2025, décima edição de seu estudo anual sobre o comércio eletrônico e o comportamento do empreendedor digital no Brasil.
O estudo, baseado em uma pesquisa com 2.600 lojistas da plataforma, além da análise de dados internos da Nuvemshop, traz um panorama detalhado do setor, com insights sobre crescimento, desafios e expectativas para o futuro do e-commerce no país.
Crescimento expressivo e otimismo para 2025
De acordo com os dados apresentados no NuvemCommerce 2025, o ano de 2024 foi positivo para o e-commerce. A base de clientes da Nuvemshop cresceu 42%, e o volume transacionado chegou a R$ 4,7 bilhões. O número de pedidos aumentou 41%, e o ticket médio das compras teve um crescimento de 16%, demonstrando que os consumidores estão gastando mais e se habituando a compras online.
Apesar dos desafios econômicos, o otimismo dos lojistas em relação a 2025 é elevado. O segmento de moda, um dos mais representativos dentro da plataforma, apresentou um crescimento de 85% e segue como um dos mais promissores. Saúde e beleza também se destacaram, com um aumento de 93% no faturamento.
Desafios do setor: conversão e custos operacionais
Entre os principais obstáculos enfrentados pelos empreendedores digitais, a baixa taxa de conversão foi citada por 55% dos entrevistados. Isso significa que muitos consumidores visitam os sites, mas não finalizam as compras. Os altos custos com marketing e logística também figuram entre os desafios mais mencionados.
Além disso, a falta de capital, tempo e ferramentas tecnológicas foram apontadas como barreiras para o crescimento dos negócios online. A pesquisa revelou que 68% dos lojistas ainda não utilizam marketplaces como um canal de venda, e apenas 9% investem em tecnologias como live commerce, provadores virtuais e realidade aumentada.
Ao ser questionado pela Central do Varejo sobre a recorrência desses problemas e como a Nuvemshop pode ajudar os lojistas a minimizá-los, o diretor de marketing da empresa, Vitor Peçanha, destacou que a solução passa por tecnologia e educação.
“O nosso papel é oferecer a melhor tecnologia e ensinar as pessoas a usarem. Porque os recursos existem, mas muitos lojistas ainda não os adotam. Podemos ter a melhor plataforma do mundo, mas se a foto do produto for ruim, a descrição não for clara e a política de devolução não passar segurança, a conversão será prejudicada. Então, nosso trabalho está nessas duas frentes: melhorar a tecnologia e ajudar os empreendedores a entender como usá-la para vender mais.”
Já Alejandro Vázquez, cofundador da Nuvemshop, complementou dizendo que a mudança de comportamento do consumidor impulsionada pela pandemia gerou uma expectativa excessiva sobre o e-commerce, o que pode ter contribuído para o aumento das reclamações sobre conversão.
“Muitos empreendedores entraram no digital esperando que as vendas fossem fáceis e automáticas. Mas para ter sucesso, é preciso profissionalização. Por isso, criamos iniciativas como o ‘E-commerce na Prática’, que capacita lojistas em todas as etapas do negócio, e a ‘Nuvemshop Next’, que oferece suporte especializado para empresas em expansão. O objetivo é dar o suporte necessário para que os lojistas consigam estruturar seus negócios e atender às expectativas de um consumidor cada vez mais exigente.”
Tendências e novas estratégias de vendas
Com o avanço da digitalização, os lojistas estão buscando novas formas de atrair clientes. O estudo destaca que 76% dos e-commerces vendem pelo WhatsApp, tornando-o o principal canal de vendas além das lojas virtuais. Instagram e marketplaces como Mercado Livre e Shopee também são plataformas populares.
Entre as estratégias mais usadas para impulsionar as vendas estão cupons de desconto e frete grátis. No entanto, lojas com faturamento mais alto diversificam suas táticas, apostando em ofertas relâmpago e experiências exclusivas para clientes fidelizados.
O uso de inteligência artificial também começa a ganhar espaço. Já presente em 36% dos negócios para automação de marketing e criação de catálogos de produtos, a IA deve crescer ainda mais em 2025.
Imagens: Ygor Piva