O que é empreendedorismo social?

Ultimamente, com a responsabilidade social (e ambiental) se tornando cada vez mais presente nas pessoas – especialmente naquelas que pertencem à gen-z -, empresas que estão preocupadas com algo além do lucro se destacam. Várias empresas que estão, também, ligadas a causas e buscam a resolução de problemas sociais saem à frente daquelas que só fazem parte de um mercado materialista. O empreendedorismo social pode gerar, inclusive, a preferência das pessoas por uma marca, mesmo que ela não tenha outros diferenciais, como o preço mais atrativo.

O que é empreendedorismo social?

O empreendedorismo social é aquele que se preocupa com problemas que existem no mundo. Ele surge da identificação de demandas sociais ou de problemas, e atua oferecendo caminhos para mitigar aquela situação. Geralmente, os caminhos passam por pilares do mundo corporativo, como criatividade, inovação e criação de estratégias.

A causa de um empreendimento social pode ser diversa. A crise climática, a diminuição do plástico no meio-ambiente, inserção de mulheres e/ou pessoas negras no mercado de trabalho, promoção de maior justiça social, redistribuição de alimentos, diminuição de preconceitos, auxílio a pessoas em vulnerabilidade, prestação de serviços de saúde, enfim, pode partir de qualquer dor da sociedade.

Em resposta à causa, a empresa deve oferecer um caminho para que as pessoas possam colaborar, por meio dela, para o fim desse problema. Mentorias, produtos ecológicos que substituem outros, consultorias, soluções logísticas, serviços de imprensa, enfim, a solução também tem todo o espaço para criatividade. O empreendedorismo social pode oferecer tanto produtos quanto serviços.

Qual é a importância do empreendedorismo social?

O empreendedorismo social tem feito a diferença na vida de muita gente e de diversos grupos ao longo do planeta. Essa forma de empreender surge como uma nova forma de enfrentar as desigualdades e desafios sociais, que vão para além de políticas públicas e medidas governamentais. Também, é uma forma de conciliar lucro (capitalismo) com responsabilidade social. Geralmente, esse modelo de empreendedorismo percebe uma necessidade social em seu meio e atua, de maneira inteligente e, muitas vezes, mais eficaz que o governo, para resolvê-la ou atenuá-la. O objetivo do empreendedorismo social é alcançar uma sociedade mais justa, igualitária, sustentável, e promover o respeito aos Direitos Humanos de todos. De acordo com uma reportagem do UOL em 2020, o empreendedorismo social já havia impactado a vida de 622 milhões de pessoas no mundo.

Qual é a diferença entre empreendedorismo social e convencional?

A principal diferença entre o empreendedorismo social e uma empresa convencional é o objetivo. No empreendedorismo social, o objetivo principal é colaborar para criar um mundo melhor e para resolver um problema da sociedade. Numa empresa convencional, o principal objetivo é atingir o lucro. Isso não significa que uma empresa social não tenha lucro, ou que ela não vai conseguir se manter: todo o negócio precisa ser desenhado para atingir o sucesso financeiro também. Porém, a causa social será priorizada em relação ao lucro.

Pelo contrário, isso também não quer dizer que uma empresa convencional não possa ter boas práticas visando resultados positivos para a sociedade, porém, o principal objetivo dela vai ser ter o maior lucro possível, e esse impacto estará em segundo lugar.

Por outro lado, também há semelhanças entre o empreendedorismo social e o empreendedorismo convencional, por exemplo, o fato de atuar no mercado, vender um produto ou serviço, e traçar estratégias como a inovação para atingir seus objetivos.

Por exemplo, uma empresa social não propõe, como caminho para a solução de problemas sociais, a manifestação política ou a doação, mas, sim, a compra de produtos ou serviços que viabilizem essa resolução.

Vantagens do empreendedorismo social:

Identificação com a geração z

A geração z, como já escrevemos antes, se identifica cada vez mais com causas sociais e ambientais (ESG), e valoriza produtos que valorizam essas causas. Por isso, empresas que conseguem conversar com a geração z são empresas que têm preocupações sociais.

Valor agregado

O produto gerado por uma empresa de empreendedorismo social não tem só o valor dele mesmo. As pessoas estão dispostas a pagar um pouco mais por produtos que têm impacto social ou ambiental, apontam pesquisas.

Alta competitividade no mercado

Na hora de escolher um produto similar entre uma empresa convencional e uma empresa social, o empreendedorismo social sai na frente, uma vez que ele oferece o mesmo produto com um impacto positivo.

Exemplos reais de empreendedorismo social

Pantys

A Pantys é uma marca de tecnologia têxtil, que cria calcinhas absorventes e outros produtos sustentáveis para o período menstrual. As calcinhas têm a proposta de serem mais saudáveis, confortáveis e ainda cuidarem do meio ambiente. A marca também tem absorventes internos biodegradáveis, coletores menstruais, e outros itens auxiliares para esse período. Outro destaque são os biquínis absorventes, que permitem às mulheres um tempo de diversão na praia ou na piscina, sem se preocupar com menstruação. Além disso, a Pantys tem peças para todos os tamanhos e corpos, inclusive modelos plus zise.

Connecting Food

A Connecting Food é uma empresa que visa o combate ao desperdício de alimentos e à fome. Ela conecta empresas do ramo alimentício à quem precisa. Em 2023, a empresa ajudou a redistribuir 3,8 mil toneladas de alimentos para mais de 450 Organizações da Sociedade Civil, o que representa um  crescimento de 27% em relação ao ano anterior. Esses  alimentos ajudaram a garantir o complemento de mais de 7 milhões de refeições na mesa de quem mais precisava.

Tom’s Shoes

A Tom’s Shoes é uma empresa que fica na Califórnia, e que converte cada venda em uma doação. A cada sapato que é comprado, a empresa doa um par para uma criança em um país em desenvolvimento.

Grameen Bank

O Grameen Bank é uma empresa de Bangladesh que concede pequenos empréstimos para a população em situação de vulnerabilidade ao redor do mundo. O banco ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006 pela iniciativa, e já ajudou milhões de famílias pobres.

Atelier Jolie

Um Ateliê no coração de Nova York da atriz Angelina Jolie emprega refugiados para produzir peças de roupa sustentáveis, feitas de material têxtil morto de marcas. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações de Jolie junto aos refugiados e busca dar oportunidades para “grupos subestimados” da sociedade.

Imagem: Envato