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O que você pode aprender com o varejo europeu?

O varejo europeu tem se destacado como um dos mais inovadores e adaptáveis do mundo. Marcas tradicionais e novos players têm se reinventado em um ambiente desafiador, marcado por mudanças no comportamento do consumidor, crescimento do e-commerce, exigências por sustentabilidade e avanços tecnológicos. Até mesmo as varejistas asiáticas estão de olho no mercado europeu, a Shein, por exemplo, obteve aprovação do regulador do Reino Unido para IPO em Londres, segundo informações da Reuters.
Para varejistas brasileiros, observar o que está sendo feito em países como França, Alemanha, Reino Unido e Suécia é uma oportunidade valiosa para antecipar tendências, encontrar soluções criativas e aplicar boas práticas que podem impulsionar resultados.
Por isso, é hora de conhecer algumas das principais tendências e lições do varejo europeu para aplicar no seu negócio:
1. A força da experiência do consumidor
Segundo o European Retail Report 2024 da McKinsey, 74% dos consumidores europeus afirmam que a experiência de compra é tão importante quanto o produto. Isso tem levado redes como Galeries Lafayette, El Corte Inglés e Selfridges a investirem fortemente em ambientes imersivos, atendimento personalizado e ativações que conectam emoção à jornada de compra.
Um exemplo é a loja conceito da Decathlon em Paris, que funciona como um verdadeiro centro esportivo com espaços para testes de produtos, aulas ao vivo e eventos com atletas. Essa abordagem aumenta o tempo de permanência na loja e cria uma relação mais profunda com o cliente.
2. Varejo físico com papel estratégico
Ao contrário do que se pensava no início da década, o varejo físico não morreu na Europa — ele se transformou. Lojas passaram a ter um papel estratégico de reforço de marca, ponto de retirada de compras online (click & collect) e centros de relacionamento com o cliente.
A Ikea, por exemplo, está expandindo lojas urbanas menores com foco em consultoria de design e retirada de produtos, adaptando-se à vida nas grandes cidades. Já a Zara investe em provadores inteligentes, checkout automatizado e QR Codes para digitalizar a experiência.
3. Digitalização com foco no cliente
Com a aceleração digital causada pela pandemia, o varejo europeu passou a investir de forma mais estruturada em omnichannel. Hoje, marcas de destaque oferecem uma experiência fluida entre os canais físico e digital. O Reino Unido é líder nessa tendência, com 69% das empresas varejistas integrando seus sistemas de loja e e-commerce, segundo a Deloitte.
O Carrefour na França é outro exemplo relevante. A rede adotou apps com scan & go, ofertas personalizadas via geolocalização e integração com marketplaces. A abordagem coloca o consumidor no centro da estratégia e reduz atritos na jornada de compra.
4. Sustentabilidade como pilar do posicionamento
Empresas como Lush, Veja e The Body Shop lideram uma mudança de mentalidade: não basta vender produtos sustentáveis, é preciso mostrar responsabilidade social e ambiental em toda a cadeia. Marcas europeias estão investindo em transparência, rastreabilidade de insumos, logística reversa e neutralidade de carbono.
Na Alemanha, 62% dos consumidores afirmam que evitam empresas com práticas danosas ao meio ambiente (GfK, 2023). Isso faz com que o varejo invista em produtos verdes, lojas com certificação LEED, embalagens reutilizáveis e incentivo ao consumo consciente.
5. Inteligência artificial e personalização em alta
Na Europa, a IA está sendo usada para personalizar a experiência de consumo em tempo real. Redes como a H&M utilizam algoritmos para ajustar estoque de acordo com preferências locais, enquanto o e-commerce da Zalando recomenda produtos com base em estilo de vida, clima local e comportamento de navegação.
A AI também está nos bastidores, otimizando supply chain, prevendo demanda e melhorando a eficiência logística. Segundo a Capgemini, 54% dos varejistas europeus já usam IA em alguma etapa da operação.
Por que você deveria observar o varejo europeu
O varejo europeu é um verdadeiro laboratório vivo para quem deseja entender os rumos do consumo global. Com um ecossistema mais regulado, exigente e maduro, ele antecipa tendências que mais tarde se consolidam em outros mercados.
A Europa ensina que a loja do futuro é, na verdade, uma loja presente — que combina tecnologia, humanização, responsabilidade e design inteligente. Olhar para esse continente é acelerar a curva de aprendizado e aumentar a competitividade do seu negócio.
Para se inspirar:
- Lush (Reino Unido): loja sem produtos à mostra, com realidade aumentada e demonstração digital dos cosméticos. O foco é reduzir desperdício e encantar;
- Eataly (Itália): mistura de mercado, restaurante e escola de gastronomia que celebra o consumo como experiência cultural. Conta com unidades no Brasil e nos Estados Unidos também;
- Fnac (França): integração de loja física, e-commerce e marketplace próprio, com eventos, pick-up store e atendimento consultivo.
Você pode conferir a nossa lista de lojas icônicas de Paris para ver outras operações inspiradoras da Cidade Luz.
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Essa é a primeira edição do Big Show da NRF em terras europeias e é claro que a Central do Varejo vai trazer todas as novidades para você com exclusividade. Entre em contato com o nosso time e garanta sua vaga nessa jornada de aprendizado e inovação!