Economia
Para reduzir dívidas, GPA fará oferta pública de ações de R$ 1 bi
Operação é mais um passo no caminho que varejista vem seguido nos últimos anos
No último domingo (10), o GPA, gigante varejista que detém a rede Pão de Açúcar, anunciou ao mercado sua intenção de realizar uma oferta pública primária de ações (também chamada de follow-on), estimada em torno de R$ 1 bilhão. O objetivo principal por trás dessa movimentação estratégica é a redução do endividamento da empresa, marcando um importante passo em direção à diminuição da alavancagem.
A destinação dos recursos provenientes dessa operação está direcionada prioritariamente ao pagamento de dívidas pendentes. Isso representa mais um indicativo da transformação do grupo em uma corporation, uma vez que os termos da operação sugerem a diluição do atual controlador do negócio, o grupo francês Casino, detentor de 40,9% das ações.
Com um valor de mercado aproximado de R$ 1,2 bilhão, a transação aponta para uma diluição de quase 50% para os acionistas que não acompanharem esse movimento de oferta de ações. Esse processo sinaliza a intenção clara da empresa em buscar uma estrutura de capital otimizada.
Recentemente, o GPA já havia dado passos importantes nessa direção, negociando ativos considerados não essenciais, como a venda de participações na Cnova e na rede colombiana Éxito, além de imóveis, o que resultou em uma redução da alavancagem para 2,5 vezes a relação entre a dívida líquida e o EBITDA neste terceiro trimestre.
Para viabilizar essa operação, a empresa convocou uma assembleia geral extraordinária de acionistas para o dia 11 de janeiro do próximo ano, visando autorizar a emissão de até 800 milhões de novas ações ordinárias e a antecipação da eleição de um novo conselho de administração.
A formação desse novo conselho, composto por nove membros, reflete a colaboração entre o GPA e o Casino, sendo seis deles considerados independentes. A expectativa é de que, caso essa eleição avance, ocorra a nomeação de novos membros para o conselho de administração, incluindo tanto membros atuais quanto novas indicações.
A saída de Jean-Charles Henri Naouri, uma figura proeminente do Casino que presidia o conselho do GPA, foi recebida com surpresa. O grupo justificou a composição do novo conselho como sendo condizente com a potencial diluição do atual acionista controlador. Para conduzir os estudos relacionados a esse follow-on, o GPA contratou instituições financeiras de destaque, como o Itaú BBA, BTG Pactual e BR Partners.
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