E-commerce
Produtos mais vendidos na internet: como escolher o mix ideal
Quando alguém busca por produtos mais vendidos na internet, geralmente quer uma resposta direta do tipo “top 10”. Só que, na prática, o ranking muda conforme o critério: volume de pedidos, faturamento, período analisado e até a fonte dos dados. Em 2025, isso ficou ainda mais evidente, porque o e-commerce brasileiro seguiu crescendo, mas com picos fortes nas datas sazonais e com o consumidor alternando entre compra de reposição no dia a dia e compras planejadas de maior ticket.
Um retrato recente ajuda a contextualizar o tamanho do canal. A Neotrust informou que, de janeiro a setembro de 2025, o e-commerce no Brasil somou R$ 282,6 bilhões em faturamento e 934,5 milhões de pedidos, alta de 18% e 23,2% na comparação anual, respectivamente.
Ao mesmo tempo, projeções da ABComm apontaram R$ 234,9 bilhões como faturamento estimado para 2025, com ticket médio de R$ 539,28 e 435,6 milhões de pedidos. Como essas leituras podem usar metodologias e escopos diferentes, vale tratá-las como referências complementares, não como números diretamente comparáveis.
O que significa “mais vendido” no e-commerce
Antes de definir estratégia, é essencial separar dois conceitos.
Mais vendido por volume é o que aparece em muitos carrinhos, normalmente itens de preço mais acessível, reposição frequente e decisão rápida.
Mais vendido por faturamento é o que concentra receita, mesmo com menos pedidos, geralmente categorias de ticket maior, com mais comparação e influência de parcelamento e promoções.
Em 2025, os dois movimentos coexistem: o digital segue forte para compra de rotina e, em datas como Black Friday, concentra faturamento em eletrônicos e eletrodomésticos.
O que 2025 mostra sobre o comportamento de compra online
As datas sazonais ajudam a enxergar, em poucos dias, quais categorias “explodem” e puxam o ranking de vendas.
No Dia das Mães de 2025, a Neotrust registrou R$ 12 bilhões de faturamento no e-commerce, com alta de cerca de 26% sobre 2024. Nessa janela, dados divulgados com base no mesmo levantamento apontaram como destaques de faturamento categorias como Telefonia e Eletrodomésticos, além de Moda e Acessórios, indicando a força de presentes de uso pessoal e itens para casa.
Já na Black Friday 2025, a Confi Neotrust indicou que o e-commerce faturou R$ 10,19 bilhões entre quinta e domingo (27 a 30 de novembro), com 21,5 milhões de pedidos e 56,9 milhões de itens vendidos. E, quando o recorte é faturamento por categoria no período, aparecem no topo TVs, smartphones e geladeiras e refrigeradores, um retrato clássico de como a data favorece bens duráveis e itens de ticket mais alto.
Categorias que mais se repetem entre os produtos mais vendidos na internet em 2025
Em vez de prometer um ranking fixo, faz mais sentido olhar para as categorias que aparecem com consistência quando o assunto é volume, recorrência e faturamento.
Moda e acessórios: volume alto e impulso em datas de presente
Moda costuma manter presença constante no e-commerce por variedade, renovação de guarda-roupa e facilidade de comparação. Em recortes de mercado e análises de desempenho de lojas, Moda e Acessórios aparece com frequência entre os segmentos com maior faturamento e recorrência de compra online.
Para o varejista, a lógica aqui é giro e sortimento: tamanhos, cores e disponibilidade influenciam mais do que “ter um único campeão de vendas”.
Beleza, perfumaria e cuidados pessoais: recorrência e recompra
Beleza e cuidados pessoais seguem como categoria forte por recompra e por influência de conteúdo e recomendações. Em análises de mercado publicadas em 2025, a NielsenIQ destacou o crescimento de Beleza no Brasil em vendas em valor, reforçando a relevância do canal e de categorias associadas.
No ranking de “mais vendidos”, isso costuma aparecer como itens de uso diário, kits, fragrâncias populares e produtos que viralizam em redes sociais, com ciclos de recompra mais curtos do que bens duráveis.
Saúde e bem-estar: demanda em alta e destaque no acumulado do ano
Se existe uma categoria que ganhou tração em 2025, é saúde. A Neotrust apontou que a categoria teve alta de 72% de janeiro a setembro, com destaque para as canetas emagrecedoras, que somaram 2,34 milhões de unidades e R$ 3,01 bilhões em faturamento no período, segundo o mesmo levantamento.
Independentemente do item específico, o ponto para quem vende online é claro: saúde combina ticket médio relevante, necessidade recorrente e conveniência, o que tende a impulsionar pedidos.
Telefonia e eletrônicos: protagonismo em faturamento nas grandes campanhas
Em datas promocionais, telefonia e eletrônicos quase sempre aparecem no topo por faturamento. No Dia das Mães de 2025, Telefonia figurou entre as categorias com maior receita no recorte divulgado com base em dados da Neotrust.
E na Black Friday 2025, smartphones lideraram entre as categorias de maior faturamento no período. Isso ajuda a explicar por que “mais vendido” muda quando você troca volume por faturamento.
Eletrodomésticos e linha branca: ticket alto e sensibilidade a preço e parcelamento
Eletrodomésticos entram como categoria de grande impacto quando a intenção é renovar a casa, aproveitar descontos e parcelamento. Em janelas sazonais, geladeiras e refrigeradores aparecem entre os destaques, como ocorreu na Black Friday 2025.
Para o varejista, a atenção principal é logística, frete, prazos e pós-venda, porque isso pesa diretamente na conversão e na reputação.
Casa, utilidades domésticas e itens para o lar: o “meio termo” entre rotina e projeto
Itens para casa podem ser recorrentes, como utilidades básicas, ou planejados, como organização e decoração. Em 2025, a própria leitura do Dia das Mães apontou forte peso de categorias ligadas ao lar em crescimento e destaque na data.
É uma categoria que tende a vender muito quando há bom conteúdo de uso, demonstração e contexto de aplicação.
Marketplaces, mobile e pagamento mudam o que “vende mais”
Não é só produto. Canal e meio de pagamento também interferem no ranking.
Em pagamentos, o Pix seguiu ampliando relevância. Uma análise do EBANX projetou que, em 2025, o Pix representaria 44% do valor transacionado em compras online no Brasil, superando a participação dos cartões na mesma leitura.
E, do ponto de vista do sistema como um todo, o Banco Central mantém um painel oficial com estatísticas do Pix, usado como referência para acompanhar a evolução de transações e valores movimentados.
Na prática, quando Pix e carteiras digitais ganham participação, itens de compra por impulso e reposição tendem a se beneficiar, porque a fricção de pagamento cai.
Como descobrir os produtos mais vendidos na internet para o seu negócio
O melhor jeito de “atualizar” seu ranking toda semana é combinar demanda com viabilidade operacional.
Comece separando seu mix entre itens de recorrência e itens de campanha. Recorrência sustenta fluxo de pedidos. Campanha sustenta picos de faturamento.
Depois, use as datas sazonais como laboratório. O Dia das Mães de 2025 mostrou força de telefonia, eletrodomésticos e moda. A Black Friday reforçou TV, smartphones e linha branca. Esses padrões ajudam a planejar estoque, mídia e negociações com indústria e distribuidores.
Por fim, aplique o filtro da operação: um item pode ter alta demanda, mas virar prejuízo se o frete destrói margem, se a taxa de troca é elevada ou se o prazo inviabiliza a conversão.
Tendências de 2025 que seguem puxando os mais vendidos
O que aparece com força em 2025 aponta três tendências claras.
A primeira é a consolidação do e-commerce como canal também para necessidades do cotidiano, com o consumidor alternando momentos de compra e buscando conveniência.
A segunda é o peso das datas sazonais como aceleradores de faturamento. Números de Black Friday e Dia das Mães mostram como poucos dias podem redefinir o ranking anual de categorias.
A terceira é a expansão e normalização do Pix no digital, reduzindo fricção e facilitando conversão em categorias de giro e também em campanhas, dependendo da oferta.
Conclusão: em 2025, “produtos mais vendidos na internet” são questão de leitura e execução
Em 2025, falar em produtos mais vendidos na internet exige contexto. Em volume, categorias com recompra e decisão rápida se destacam. Em faturamento, eletrônicos, telefonia e eletrodomésticos assumem o topo nas grandes campanhas, como mostrou a Black Friday 2025.
Para o varejista, o caminho mais seguro é trabalhar com rankings internos por canal e por período, planejar sazonalidade com antecedência e garantir que logística, pagamento e pós-venda estejam alinhados com o produto que você quer escalar.
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