E-commerce
Saraiva fecha todas as lojas físicas e demite funcionários
Em recuperação judicial desde 2018, empresa fecha todas as lojas e passa a operar apenas como e-commerce
Na última quarta-feira (20), a Livraria Saraiva efetuou a demissão dos funcionários de suas últimas lojas físicas. A rede, que está em recuperação judicial, ainda tinha cinco livrarias em funcionamento — duas em São Paulo, uma em Jundiaí, outra em Ribeirão Preto e uma unidade em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A livraria já foi a maior do Brasil no ramo, chegando a quase 100 lojas. Após o encerramento das unidades físicas, o site da Saraiva não faz qualquer menção a endereços de lojas, convertendo-se, essencialmente, em uma empresa restrita ao e-commerce.
Está marcada para esta sexta-feira (22) uma Assembleia Geral Especial de Preferencialistas (AGESP) da empresa. De acordo com o PublishNews, portal especializado no mercado editorial, a assembleia discutirá a transformação de ações preferenciais em ações ordinárias, o que faria com que o controle da empresa saia das mãos da família Saraiva e passe para os principais acionistas preferenciais.
A Saraiva ainda teria demitido os colaboradores sem arcar com as verbas rescisórias, um fato recorrente nas unidades fechadas da livraria em alguns estados. É esperado que a empresa emita comunicados ao mercado, apontando sua versão dos acontecimentos.
Os funcionários de diversas áreas da Saraiva, em clima de descontentamento pelos descumprimentos dos compromissos trabalhistas, esperam, nos próximos dias, alguma decisão importante tomada pelo Juízo do processo de recuperação judicial da empresa.
Saraiva enfrenta crise severa
A rede de livrarias passa por momentos delicados desde 2018. Em outubro daquele ano, a Saraiva fechou 20 lojas em um mesmo dia. Um mês depois, entrou com pedido de recuperação judicial, com dívida avaliada, à época, em R$ 674 milhões.
Gradualmente, a crise foi crescendo e a empresa não conseguiu se reerguer. Nesta semana, o caso ganhou novos desdobramentos, com uma renúncia coletiva de conselheiros, que fizeram acusações sérias contra os controladores da rede de livrarias.
Em carta direcionada para a presidente do Conselho de Administração da empresa, Olga Maria Barbosa Saraiva, os conselheiros se declararam contra o “pagamento de remuneração da KR Capital”, empresa responsável pela reestruturação das operações da Saraiva, que tem como um de seus sócios o ex-CEO da livraria e membro do Conselho de Administração, Marcos Guedes.
A Saraiva se pronunciou em comunicado na última terça-feira (19), afirmando que a atividade da companhia se reduziu por causa do processo de recuperação judicial, além do cenário econômico do varejo. Além disso, segundo a empresa, “infelizmente, alguns pagamentos, inclusive o de Conselheiros, estão atrasados, o que, provavelmente, irá gerar outras renúncias de conselheiros eleitos”.
Imagem: Envato