E-commerce
Luiza Trajano critica lojas chinesas: ‘A gente paga taxa e gera emprego’
Em entrevista exclusiva à Central do Varejo, executiva afirma que concorrência com marketplaces estrangeiros é injusta
Em meio ao intenso debate sobre a taxação de compras até US$50 feitas por pessoas físicas junto a sites estrangeiros, que já resultou em algumas idas e vindas do governo federal, Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, resolveu se pronunciar sobre o tema em entrevista excluvisa à Central do Varejo.
Questionada sobre as dificuldades das empresas do país em fazer frente aos sites de fora, especialmente os chineses, no que diz respeito a preço, variedade de produtos e eficiência logística, a executiva afirmou que considera a concorrência injusta.
“Não é que o varejo nacional está tendo dificuldade de concorrer com os chineses. É que eles não pagam imposto até um determinado valor. E a gente paga e gera emprego. Só que queremos é ter as mesmas condições deles. É uma concorrência injusta”, dispara.
Na visão de Luíza, o fato de as empresas nacionais pagarem uma série de taxas e tributos para importação faz com que elas contribuam com o país, mas dificulta na hora de ter preços competitivos com quem não tem esses custos. “Eles vendem aqui e não geram nenhum emprego. Já a gente vende gerando postos de trabalho e paga quase 37% de imposto. Não é certo”, resume Luiza Trajano.
A isenção de impostos para encomendas de até US$50 foi instituída em 2015 e tem sido um estímulo para o comércio eletrônico no Brasil. Segundo dados da Receita Federal, em 2022, foram registradas mais de 32 milhões de importações de baixo valor, o que representa cerca de 80% das encomendas internacionais que chegam ao país.
A decisão de manter a isenção de impostos para encomendas de até US$50 foi comemorada pelos consumidores, que poderão continuar a fazer compras em sites do exterior sem ter que pagar impostos adicionais. No entanto, as empresas de varejo vêm criticando a medida por entenderem que ela desequilibra a balança da concorrência com os e-commerces estrangeiros.
Imagem: Bruno Meirellles/Central do Varejo