Operação
Stone divulga resultados financeiros de 2024 e apresenta projeções para 2025 e 2027

A Stone divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano fiscal de 2024. A empresa reportou um lucro líquido ajustado de R$2,2 bilhões, um crescimento de 41% em relação ao ano anterior, superando o guidance de R$1,9 bilhão. O EBT ajustado foi de R$2,7 bilhões, uma alta de 40% na comparação anual.
A receita total no quarto trimestre atingiu R$3,6 bilhões, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2023. O EBT ajustado no trimestre foi de R$778 milhões, com margem de 21,6%, representando um crescimento de 22% na comparação anual. O EPS (Earnings per Share, ou Lucro por Ação) fechou o ano em R$7,27, um aumento de 47% em relação ao ano anterior.
Desempenho operacional e expansão do TPV
O Total Processado de Volume (TPV) das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), incluindo transações via Pix QR Code, somou R$454 bilhões em 2024, um crescimento de 22% na comparação com o ano anterior. O TPV de cartões no segmento de MPMEs foi de R$403 bilhões, um crescimento de 15%, ficando abaixo do guidance de R$412 bilhões devido à maior adesão ao Pix QR Code, que substituiu parte das transações via cartão de débito.
O volume de depósitos encerrou o ano em R$8,7 bilhões, superando o guidance em 24% e registrando um aumento de 46% em relação a 2023. A empresa atribui esse crescimento à estratégia de bundling dos serviços de pagamentos e conta digital.
O take rate das MPMEs em 2024 foi de 2,55%, superando a projeção de 2,49%, impulsionado pela disciplina de precificação e pelo crescimento das soluções bancárias e de crédito. A carteira de crédito fechou o ano em R$1,2 bilhão, acima do guidance de R$800 milhões, com inadimplência controlada em 3,6% para atrasos superiores a 90 dias.
Estrutura de capital
A empresa anunciou um novo plano de estrutura de capital, informando que o excesso de capital estimado em 31 de dezembro de 2024 era de aproximadamente R$3 bilhões, já considerando R$1,6 bilhão em recompras de ações. A Stone reafirmou a intenção de retornar o capital excedente aos acionistas caso não surjam oportunidades de crescimento que agreguem valor.
O CEO da companhia, Pedro Zinner, destacou o desempenho financeiro e a trajetória de crescimento: “2024 foi um ano decisivo para a Companhia, marcado por um realinhamento estratégico, o fortalecimento do nosso negócio core de serviços financeiros para MPMEs, uma performance sólida em meio a uma indústria dinâmica e em constante evolução. Nos últimos dois anos, crescemos a nossa receita a uma média anual de 14%, com 12 pontos percentuais de expansão de margem. Nosso EPS cresceu 92% anualmente neste mesmo período, demonstrando não só uma trajetória de crescimento com rentabilidade mas também retornos cada vez maiores para os acionistas”.
Segmento de software e ajustes estratégicos
O segmento de software registrou um EBITDA de R$292 milhões em 2024, com margem EBITDA de 21,6% no quarto trimestre, um aumento de 5,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A empresa continua implementando a estratégia de oferta de serviços financeiros para clientes de software, com crescimento do TPV de cross-sell em ritmo superior ao das MPMEs.
A empresa reconheceu um impairment de R$3,6 bilhões sem efeito caixa no quarto trimestre, resultado da revisão de projeções para o segmento de software e de um cenário macroeconômico mais desafiador. A Stone informou que analisou propostas para a venda do negócio de software, mas decidiu manter a operação por não considerar que as ofertas refletiam o valor do ativo.
Projeções para 2025 e 2027
A companhia revisou suas projeções de longo prazo e incluiu o volume de transações via Pix no guidance de TPV para 2027, que passou a ser de R$670 bilhões, com crescimento anual esperado de 14% no período de 2024 a 2027.
A empresa ajustou suas métricas para guidance de Gross Profit (Lucro Bruto) e EPS, prevendo um Adjusted Gross Profit acima de R$10,2 bilhões e um EPS acima de R$15 em 2027. Para 2025, a meta é atingir um Gross Profit acima de R$7,05 bilhões e um EPS superior a R$8,6, com crescimentos projetados de 14% e 18%, respectivamente.
“Mesmo frente a um cenário de maiores incertezas, a nossa abordagem fundamental se mantém inabalada: um compromisso com o pensamento de longo prazo e uma alocação de capital disciplinada”, comentou Pedro Zinner em relação à estratégia da empresa diante do cenário macroeconômico.
Imagem: Reprodução/Stone