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Todas as marcas devem oferecer opções de personalização para seus produtos?
A M&M’S, marca da Mars Incorporated, lançou uma nova iniciativa que oferece produtos personalizados para férias em família e casamentos. Disponíveis exclusivamente nas quatro lojas físicas da marca e online em MMS.com, as opções de personalização incluem uma variedade de produtos, como lembrancinhas de alianças de casamento e latas de lembrancinhas “Recém-casados”. Os casais podem escolher entre mais de 20 cores e personalizar os M&M’S com mensagens, nomes ou fotos, adicionando um toque único às suas celebrações.
M&M’S, assim como outras marcas, começou a focar mais em produtos personalizados para atender à crescente demanda dos consumidores por individualidade. Seja personalizando itens para eventos especiais ou adaptando produtos do dia a dia às necessidades pessoais, essas opções permitem que os consumidores expressem suas preferências únicas e aprimorem suas experiências.
De acordo com a Forbes, “Quando se trata de se destacar, a personalização é essencial. Ela tem um potencial ilimitado tanto para marcas quanto para consumidores”. A Grand View Research relata que o mercado de e-commerce deve atingir US$ 83,26 trilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 18,9% de 2024 a 2030. Com esse crescimento em mente, a Forbes previu que “produtos personalizados são o futuro das pequenas e médias empresas”.
No entanto, grandes marcas também podem se beneficiar dessa estratégia. Conforme relatado pela Phys.org, a personalização em larga escala pode “reduzir os custos de aquisição de clientes e aumentar as receitas. Oferecer experiências personalizadas para milhões de clientes torna difícil para os concorrentes imitarem, especialmente quando as marcas utilizam tecnologia proprietária”.
Um estudo da McKinsey & Company mostrou que a Geração Z tem buscado personalização há anos. “O núcleo da Geração Z é a ideia de manifestar a identidade individual. O consumo, portanto, torna-se um meio de autoexpressão — ao invés de, por exemplo, comprar ou usar marcas para se adequar às normas de grupos”, relatou o estudo. Essa tendência, impulsionada tanto pela Geração Z quanto pelos millennials, está se espalhando por todas as gerações, com os consumidores cada vez mais buscando produtos personalizados que reflitam sua individualidade.
Em geral, a personalização e customização podem ajudar as marcas a engajar seus clientes e aumentar a conscientização sobre seus produtos. Segundo a Forbes, dados do Boston Consulting Group mostraram que “empresas que dominam a personalização podem aumentar suas taxas de crescimento em 6% a 10%”.
Além disso, um estudo da Deloitte também revelou que a customização desempenha um papel crucial no crescimento significativo dos negócios e na melhoria da retenção de clientes. Em uma era em que o tempo de atenção dos consumidores está diminuindo, o estudo descobriu que oferecer experiências personalizadas e sob medida pode render de cinco a oito vezes o retorno sobre os investimentos em marketing e aumentar as vendas em 10% ou mais.
Um varejista que oferece produtos personalizados há anos é a Lids, que fornece uma variedade de bonés personalizáveis de diferentes marcas. Ao explorar as opções, há múltiplos formatos básicos de bonés para escolher, seguidos por uma vasta gama de cores e, finalmente, a capacidade de adicionar quase qualquer tipo de texto ou gráfico digitalizado e bordado.
Mas os produtos personalizados vão além das típicas gravações customizadas e itens sob encomenda que já existem há algum tempo. Algumas marcas têm inovado suas linhas de produtos de maneiras únicas para seus clientes.
A empresa de software Salsify identificou três desses varejistas:
- Care/of: Esta empresa aprimora seu modelo direto ao consumidor com pacotes de vitaminas personalizados, adaptados às necessidades individuais de saúde. Os clientes começam respondendo a um questionário online com 48 perguntas, e a Care/of recomenda vitaminas específicas, entregues em pacotes mensais coloridos. Desde seu lançamento em 2016, a Care/of cresceu significativamente. Em 2020, a Bayer adquiriu 70% da empresa, avaliando-a em US$ 225 milhões.
- Skin Inc: Esta marca de cuidados com a pele, com sede em Singapura, usa um questionário Skin ID e um banco de dados com mais de 1 milhão de perfis de pele para oferecer soluções de skincare personalizadas. A marca cresceu 400% durante a pandemia de COVID-19 e opera em mais de 78 cidades com mais de 200 locais de varejo, incluindo Sephora e Nordstrom.
- Shoenvious: Esta marca oferece uma experiência de calçados de luxo com uma ferramenta de design online 3D que permite que mulheres personalizem sapatos com 100 cores e materiais e mais de 300 estilos. Durante a pandemia, a marca se concentrou em sapatos de noiva personalizados, aumentando o tráfego do site em 30% e as conversões. Shoenvious agora está disponível em mais de 80 países.
À medida que a demanda por individualidade cresce, os varejistas estão respondendo expandindo suas ofertas com produtos personalizados e sob medida. Essa tendência não apenas aumenta a satisfação dos clientes, permitindo a expressão única de estilo pessoal, mas também fortalece a lealdade à marca. Ao adotar a personalização, os varejistas estão se posicionando para atender melhor às expectativas em constante evolução dos consumidores de hoje.
Além disso, os dados mostram que os clientes que têm a oportunidade de personalizar produtos tendem a se engajar mais com as marcas. Isso cria uma conexão emocional mais profunda, o que pode resultar em maior retenção de clientes e um ciclo de compras repetidas. No longo prazo, as marcas que oferecem essas opções de personalização estão mais preparadas para prosperar em um ambiente de consumo cada vez mais competitivo, onde a individualidade e a exclusividade são mais valorizadas do que nunca.
Portanto, enquanto a personalização era tradicionalmente associada a produtos de luxo ou feitos sob encomenda, ela está se tornando cada vez mais acessível e atraente para uma ampla gama de consumidores e segmentos de mercado. Para marcas grandes e pequenas, o futuro parece apontar para um mundo onde os clientes não querem apenas comprar produtos, mas co-criar experiências personalizadas que ressoem com sua identidade e estilo de vida.
Imagem: Envato
Informações: Dennis Limmer para Retail Wire
Tradução livre: Central do Varejo