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Varejo paulista deve crescer até 3% em dezembro, aponta Sindilojas-SP
O varejo da capital paulista deve encerrar dezembro com crescimento de até 3% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo projeções do Sindilojas-SP. A expectativa é de um resultado positivo, porém menos intenso que o registrado no ano passado, caracterizando um cenário considerado mais neutro.
De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV/FecomercioSP), dezembro permanece como o mês de maior faturamento do varejo. Em 2024, as vendas na capital somaram R$ 44,8 bilhões, alta de 6,7% frente a 2023 e 20% acima da média mensal registrada entre janeiro e novembro. Alguns segmentos tiveram aumentos significativos na comparação entre dezembro e a média dos meses anteriores, como vestuário, tecidos e calçados, que cresceram 76,3%, e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento, com expansão de 33,4%.
Para 2025, o 13º salário segue como principal impulsionador do consumo. O volume de recursos destinado à economia paulistana deve ser 5,8% maior do que em 2024, reflexo da criação de 137,6 mil empregos na cidade entre janeiro e outubro deste ano.
Apesar disso, o avanço das vendas deve ser limitado por fatores estruturais. A inflação ao consumidor desacelerou, mas permanece em nível elevado, reduzindo o poder de compra das famílias. O endividamento e a inadimplência seguem em patamares altos, restringindo o orçamento disponível para novos gastos. Além disso, o juro elevado dificulta o acesso ao crédito, especialmente para a compra de bens duráveis.
“O mercado de trabalho forte traz fôlego ao comércio neste fim de ano, mas o orçamento das famílias ainda está pressionado. O consumidor chega a dezembro mais cauteloso, planejando melhor suas compras e buscando descontos e condições de pagamento. O varejo deve se preparar para essa postura mais racional, oferecendo boa precificação, atendimento qualificado e integração efetiva entre loja física e canais digitais”, afirma Aldo Nuñez Macri, presidente do Sindilojas-SP.
Segundo a entidade, o Natal de 2025 segue diluído ao longo das semanas, com compras mais distribuídas. O movimento é impulsionado por promoções antecipadas e maior integração entre ambientes físico e digital. A combinação entre aumento da renda via emprego e comportamento de consumo mais pragmático deve resultar em um dezembro positivo, porém sem espaço para expansões mais amplas.
A recomendação às empresas é manter foco em precificação estratégica, ações segmentadas de marketing, qualificação da experiência de compra e consistência entre os canais. Mesmo sem perspectiva de crescimento acelerado, práticas alinhadas podem garantir desempenho favorável no mês mais relevante do calendário do varejo.
Imagem: Divulgação
