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3 prioridades para sobreviver à disrupção das cadeias de suprimentos no varejo

As cadeias de suprimentos do varejo global enfrentaram uma disrupção sem precedentes na última década, impulsionada pela COVID-19, avanços em inteligência artificial, tarifas e ataques a rotas de navegação, o que forçou líderes do setor a se adaptarem constantemente em meio à incerteza contínua.
De acordo com a consultoria Kearney, as empresas devem focar em três mudanças-chave: o que as pessoas estão comprando, como estão comprando e por que estão comprando.
De 2010 a 2020, a demanda do consumidor girava em torno de conveniência e preço. Após 2021, passou a se concentrar em produtos essenciais e voltados ao valor. Para 2030, a Kearney prevê uma demanda mais polarizada, com consumidores se voltando tanto para opções econômicas quanto para ofertas premium. Os varejistas também estão enxugando seus sortimentos — reduzindo a variedade de produtos em favor de itens de marca própria com maior margem de lucro.
Produtos hiperlocais e de edição limitada também devem se tornar mais comuns, junto com cadeias de suprimento circulares que enfatizam produtos reformados, reciclados e reutilizáveis.
Evolução no “como” comprar
O “como” também evoluiu. Há uma década, os shoppings e grandes lojas dominavam. Após 2020, houve um crescimento acentuado de lojas menores em áreas urbanas e de formatos que mesclam experiências físicas e digitais — incluindo lojas sem caixas e varejo com realidade virtual.
Os modelos de fulfillment (atendimento de pedidos) passaram de operações isoladas entre e-commerce e lojas físicas para uma estrutura totalmente omnicanal. Comprar online e retirar na loja (BOPIS), retirada na calçada e entrega na última milha já são padrão. Até 2030, as lojas também funcionarão como centros de distribuição.
Os marketplaces terão papel ainda maior no fulfillment, já que os varejistas buscam escalar sem investir pesadamente em infraestrutura.
A transformação no “por que” comprar
O motivo pelo qual as pessoas compram também está mudando, influenciado por plataformas digitais e preocupações ESG. De 2010 a 2020, os anúncios digitais tradicionais impulsionavam o tráfego. Hoje, o engajamento acontece cada vez mais via TikTok, marcas direct-to-consumer e redes de mídia de varejo.
Até 2025, cerca de 80% dos 100 maiores varejistas dos EUA devem lançar ou fazer parcerias para criar suas próprias plataformas de mídia. A IA personalizará o engajamento em escala, enquanto o comércio social, os fandoms de comunidade e os modelos “compre agora, pague depois” se tornarão mais comuns.
Ao mesmo tempo, as expectativas dos consumidores em relação à sustentabilidade estão crescendo. A antiga abordagem de responsabilidade social corporativa baseada apenas em conformidade já não é suficiente. Os consumidores priorizam marcas que oferecem rastreabilidade, fornecimento ético e monitoramento de carbono — e tomam decisões de compra com base nisso.
Adaptando-se ao cenário futuro
Mudanças macroeconômicas e geopolíticas continuarão a remodelar o mercado. Choques na cadeia de suprimentos, inflação e regulamentações ESG já afetam a demanda. Tarifas e políticas comerciais provavelmente provocarão mais mudanças em preços e fontes de fornecimento. A IA também está reescrevendo as regras de precificação, planejamento e relacionamento com o cliente. Os consumidores se tornarão mais seletivos, escolhendo marcas que reflitam seus valores e ofereçam serviço rápido e fluido.
O relatório destaca que os varejistas devem construir resiliência identificando riscos, diversificando fornecedores e aumentando o controle sobre o fluxo de produtos.
Também devem adotar modelos ágeis que permitam mudanças rápidas na demanda e na distribuição — o que inclui operações compartilhadas e parcerias com marketplaces.
Por fim, é essencial utilizar ferramentas digitais para obter visibilidade em tempo real e tomar decisões mais rápidas.
Imagem: Pexels
Informações: Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo