Inovação
Fim das grandes lojas? Gigantes do varejo estão diminuindo e focando no mercado local
Grandes varejistas apostam em formatos menores para atender às preferências do consumidor moderno
No mundo do varejo, uma transformação notável está em andamento – uma que está trazendo grandes varejistas para mais perto do seu bairro. Imagine isso: grandes varejistas estão reduzindo o tamanho e se tornando locais, e tudo isso está acontecendo porque as preferências dos consumidores estão mudando também. Vem saber mais sobre essa tendência e descubra qual a melhor estratégia: lojas grande ou pequenas?
Lugar certo, hora certa
No ano passado, o estudo Retail Supernova revelou uma mudança significativa nos padrões de trabalho, à medida que o trabalho remoto se tornou mais permanente. Muitos funcionários acharam o trabalho em casa preferível, tornando um retorno ao escritório cinco dias por semana uma opção inconcebível. Três dias? Talvez. Mas se cinco era uma condição não negociável, então a fuga de empregos desse tipo era inevitável. Para o varejo, isso se traduziu em uma preferência crescente entre os consumidores por compras locais e grandes marcas se aproximando deles. Isso se alinha com as estratégias em andamento dos varejistas para reduzir o tamanho das lojas e adaptar suas localizações para atender a essa demanda em constante evolução.
Adotando formatos menores
Embora as visitas às lojas tenham aumentado desde o final de 2022, as vendas online continuam a subir, embora não tão dramaticamente quanto durante a pandemia. Essa mudança levou os varejistas, grandes e pequenos, a se adaptarem rapidamente. A pegada do varejo físico teve que diminuir, seja por meio do fechamento de lojas ou da redução da metragem quadrada por unidade. No final de 2022, a lista de varejistas que ajustavam o tamanho era extensa e crescia semanalmente. Desde Macy’s e Nordstrom até Target, Sephora, Express, Best Buy, Abercrombie, Victoria’s Secret, IKEA e até mesmo Starbucks reconheceram a importância de se adaptar ao cenário de varejo em mudança e abraçaram modelos de lojas menores.
Os benefícios dessa estratégia
Contra intuitivamente, os varejistas devem ver o e-commerce como um aliado valioso em vez de uma ameaça. O ajuste do tamanho das lojas pode levar a benefícios a longo prazo, incluindo redução de custos trabalhistas, menores requisitos de estoque, diminuição das despesas de construção, consumo de energia reduzido, aprimoramento das opções de atendimento e devolução online e, especialmente, melhoria na acessibilidade. O estudo identificou que estar perto das casas dos consumidores é primordial.
Expansão além das ruas principais
Um executivo de varejo apontou na NRF deste ano: “Os shoppings não estão mortos… quer dizer, bons shoppings não estão mortos.” É isso. Mas também é preciso destacar que sair do shopping não é o único fator de tendência em termos de localização. Enquanto alguns varejistas se concentram em locais nas ruas principais, é importante notar que limitar formatos de lojas menores e melhores a essas áreas é excessivamente restritivo. A pesquisa destaca que a verdadeira vitória está na proximidade dos consumidores, que passam cada vez mais tempo em seus bairros. Essa tendência reflete um retorno ao varejo de bairro, reminiscente dos dias antes da dominação dos shoppings.
O futuro do varejo
O futuro do varejo, para o qual estamos caminhando com todas as tendências e estratégias mencionadas, é “epitomizado” pelo conceito da Cidade dos 15 Minutos, uma ideia sonhada pelo arquiteto Carlos Moreno anos atrás. Essa visão se alinha perfeitamente com a convergência das tendências atuais: trabalho remoto, lojas menores e melhores e e-commerce. Muitos bairros já estão quase lá, faltando apenas um componente crítico: varejo de grandes marcas moderno. O varejo de bairro não precisa se limitar a lojas de nicho; pode abranger tudo o que se encontra em shoppings de qualidade e mais. Avanços tecnológicos nos permitem criar e desfrutar de experiências de varejo excepcionais e modernas a uma curta distância.
A indústria do varejo está passando por uma jornada transformadora, adaptando-se às demandas do consumidor moderno, que valoriza acessibilidade, conveniência e um senso de comunidade em sua experiência de compras.
Lee Peterson para WD Partners
Tradução livre por Central do Varejo
Imagens: WD Partners