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Ascensão dos minimercados faz grandes lojas repensarem expansão

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ascensão dos minimercados; varejo queda

Supermercados e hipermercados continuam a dominar o setor de alimentos e mercearias, mas o surgimento de lojas menores, como a ascensão dos minimercados, está perturbando a indústria, levando grandes marcas a repensarem seus negócios para focar na densidade de clientes e capturar mais consumidores.

Lojas pequenas, aquelas que ocupam menos de 500 metros quadrados, estão ganhando o Sudeste Asiático ao capturar um mercado de US$ 40 bilhões. Isso se deve às suas localizações convenientes e de fácil acesso, especialmente para mercados como Indonésia e Malásia, onde as distâncias são maiores e o tráfego é intenso.

“As ofertas de perecíveis em muitos desses países ainda são fortes. Como resultado disso, muitas das compras que as pessoas fazem em supermercado são impulsionadas por reposições ou pequenas compras”, disse Jason Moy, diretor administrativo e sócio da Boston Consulting Group (BCG) em Cingapura, no Retail Asia Summit. “A conveniência e o pequeno formato são uma alternativa muito mais viável”, acrescentou, destacando que esses mercados oferecem preços competitivos.

Os players em pequenos formatos estão crescendo rapidamente. Julian Cua, também sócio da BCG, citou o 99 Speedmart da Malásia, que levou cerca de 10 anos para abrir sua milésima loja em 2017, mas levou apenas quatro anos para alcançar o mesmo marco e abrir sua 2.000ª loja em 2021,  o equivalente a lançar cinco lojas por semana, depois de apostar em formatos menores.

Cua disse que o 99 Speedmart está adotando um formato de loja pequena ou operando lojas em um espaço de 200 metros quadrados com 3.000 unidades de estoque, com uma estratégia de preços baixos. “Isso significa que geralmente eles têm uma margem bruta mais baixa, mas eles recuperam isso nas despesas gerais, administrativas e de vendas mais baixas também”, explicou Cua no Retail Asia Forum realizado em Manila. “Eles estão dando uma opção próxima e barata ao mercado”.

“A forma como as pessoas se movem está mudando. A maneira de adquirir clientes vai mudar porque a ascensão dos minimercados vai tornar essas áreas de captação menores e atrair pessoas na vizinhança para a maioria das compras cotidianas”, completa.

Repensando o negócio

Embora o surgimento de lojas de pequeno formato não seja uma ameaça existencial que fará os supermercados desaparecerem, Cua disse que as empresas devem repensar sua estratégia de expansão, pois as pessoas já estão migrando para os minimercados para suas compras. Nas Filipinas, 15% dos consumidores filipinos compram exclusivamente em minimercados.

“Isso significa que está acontecendo uma certa canibalização em relação as compras que eles geralmente fazem em supermercados”, disse ele.

Foram-se os dias de empregar estratégias de expansão baseadas em transição para grandes formatos ou pensar que abrir mais lojas permitiria reduzir os preços e se tornar competitivo. Os grandes players devem, em vez disso, se concentrar na densidade do consumidor e identificar novas ocasiões de consumo. Eles devem utilizar sua rede de parcerias, acrescentou Moy. Dessa forma, eles reduziriam os custos por meio da escala dentro de uma mesma área de captação.

“A chave por trás de tudo isso é a densidade de dados”, disse Moy, citando como é crucial capturar o máximo de informações não apenas quando os consumidores visitam suas próprias lojas, mas também quando interagem com parceiros ou outros varejistas. Dessa forma, as empresas podem reunir uma compreensão abrangente do comportamento e das preferências do consumidor.

Os supermercados modernos, como supermercados e hipermercados, também podem se associar a lojas tradicionais para atender à sua necessidade de proximidade, uma vez que seu mercado agora está em grande parte saturado, com poucos locais restantes rentáveis para atrair o tráfego de clientes, de acordo com um relatório da McKinsey.

Em troca, eles poderiam apoiar as lojas tradicionais, modernizando e digitalizando algumas de suas operações, acrescentou o relatório.

Participação de mercado

Na Indonésia, a participação do comércio atual no varejo de alimentos de lojas de pequeno formato, que incluem minimercados e lojas de conveniência, subiu para 73% em 2022 e faturou US$ 16,6 bilhões, acima dos 47% em 2013, com Indomaret e Alfamart entre os principais varejistas de pequeno formato, de acordo com a Euromonitor International e a Análise da BCG.

O setor também domina o varejo na Tailândia — liderado por 7-Eleven, Lotus e CJ Express — aumentando para 58% para alcançar US$ 14,3 bilhões em 2022, ante 47% de participação em 2013.

As lojas de pequeno formato da Malásia, lideradas pelo 99 Speedmart, representaram 46% do comércio atual, com US$ 3,1 bilhões em 2022, contra apenas 20% em 2013. No Vietnã, a participação do setor subiu para 25%, com US$ 1,6 bilhão, de apenas 2% em 2013.

Nas Filipinas, a ascensão dos minimercados ainda é baixa, com 9%, alcançando US$ 1,5 bilhão em 2022, ante 5% em 2013, com Dali e Savemore entre as principais marcas.

Principal motor de crescimento

O crescimento das lojas de pequeno formato é impulsionado pelo surgimento de novos players no setor varejista, disse Cua.

Quando os players locais começam a perceber, recalibram sua proposta de valor e melhoram suas ofertas de lojas de conveniência ou lançam suas ofertas de pequeno formato. As lojas tradicionais também estão permanecendo relevantes à medida que adotam a digitalização para se tornarem mais eficientes e eficazes na entrega de seus serviços.

Cua disse que, nas Filipinas, a ascensão dos minimercados como Alfamart e Dali “estão perturbando o espaço”, enquanto as grandes lojas estão aprimorando suas ofertas no mercado. As mercearias de bairro estão se tornando mais digitais, usando o Facebook Messenger, entre outras plataformas.

“Vamos ver uma mudança onde os filipinos continuarão a ser exigentes sobre como desejam receber seus produtos. Eles continuarão querendo que os itens estejam próximos de onde moram”, disse Cua.

“Se acharem que é bom o suficiente, começarão a substituir muitas dessas compras em grandes lojas e tentarão permanecer mais perto de seu bairro”, acrescentou.

Vann Villegas para Retail Asia
Tradução por Central do Varejo
Imagem: Envato

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