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Como enchentes impactam o comércio em São Paulo, e como se proteger delas?

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Forte chuva causa enchentes em São Paulo

Desde janeiro, o estado de São Paulo e a capital têm sofrido com frequentes chuvas fortes, que resultaram em alagamentos, enchentes e deslizamentos. Vários bairros da cidade e da região metropolitana ficaram embaixo d’água durante longos períodos, resultando em mais de 17 mortes, feridos, quedas de energia, alagamento de metrôs, etc. O comércio, enquanto parte da cidade, também sofre com essas condições climáticas extremas, com perdas econômicas e humanitárias.

De acordo com Jaime Vasconcellos, assessor econômico da Fecomercio SP, eventos climáticos extremos podem causar impactos em diversas áreas do comércio. “Além do prejuízo humano, que seria o principal, em um critério econômico, você tem perdas de estoque, de mobiliário, de equipamentos eletroeletrônicos, da parte elétrica; em alguns casos mais severos, até mesmo da estrutura física do estabelecimento, ou seja, dependendo do nível da gravidade, você pode impossibilitar a retomada do comércio”.

Para além dos prejuízos estabelecidos no momento do evento climático, outras consequências posteriores podem resultar de uma enchente. “Quando ocorrem situações como essa, não somente você tem prejuízo físico, mas também o fechamento do estabelecimento, e, por vezes, você perde o potencial do que seria vendido nos dias, semanas ou meses seguintes”, explica Vasconcellos.

A Fecomercio SP não possui uma estimativa das perdas econômicas no comércio de São Paulo com as enchentes do começo do ano. Porém, o especialista afirma que podem ser significativas, uma vez que São Paulo possui a maior economia do País.

O assessor econômico chama a atenção para a necessidade de que os empresários se preparem para eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. “O comércio e a economia como um todo têm que se adaptar às transformações que ocorrem com o planeta. A gente fala das transformações do consumo, de hábitos, tecnológicas, mas nós também temos de nos adaptar às transformações climáticas e compreender que esses casos já estão ficando mais frequentes, infelizmente”.

Diante disso, o assessor dá dicas de como se preparar para lidar com situações de instabilidade ambiental em um comércio. Acompanhe:

1) Escolha um ponto comercial seguro

Antes de mais nada, para quem ainda está estudando um bom local para abrir seu negócio, é preciso colocar a segurança climática como prioridade e critério de escolha. “Para quem ainda não é empresário, a primeira avaliação que é  preciso fazer é se o local tem histórico de enchentes e alagamentos e que tentem fugir desses locais para evitar perdas”, diz Vasconcellos.

2) Tenha um seguro patrimonial

Além de escolher um local seguro, é preciso se preparar para casos de emergência. “O seguro patrimonial é muito relevante em momentos de roubo, de incêndios e de situações que estão fora da curva”, orienta o especialista. Cabe destacar também que é preciso verificar se o seguro tem cobertura para desastres climáticos, como as enchentes.

3) Faça uma boa manutenção do espaço comercial

Em alguns casos, alagamentos podem ocorrer por mau uso do espaço. Ambientes sujos, poluídos e sem recursos de segurança podem causar desastres humanos e materiais.

Por isso, Vasconcellos destaca: “É importante que o empresário faça uma gestão correta dos resíduos que o estabelecimento produz, separação do que é reciclável, a manutenção do imóvel, eventualmente de galhos, fios, reservatórios e outras estruturas”.

4) Tenha um protocolo de ação em casos de emergência (e treine os funcionários)

Mesmo com o imóvel bem limpo, conservado e em locais protegidos, ainda é possível que eventualidades aconteçam. “É importante que o empresário tenha um protocolo, um plano de ação do que fazer em situações como essa em conjunto com seus funcionários, e que isso faça parte do treinamento”, diz o assessor.

5) Tenha uma reserva para emergências

Em todos os casos, é necessário ter formas de mitigar os prejuízos quando desastres acontecem. Quando há perdas financeiras em um comércio, é necessário dispor de recursos para colocar o negócio funcionando de novo, o que muitas vezes pode vir de linhas de crédito, ou de uma reserva do próprio empresário. 

“É necessário manter todos os meses um fundo de reserva para ter uma diminuição do impacto se algum ponto fora da curva ocorrer”, alerta Vasconcellos.

Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

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