Operação
Varejo brasileiro cresce 0,4% em outubro, segundo Índice do Varejo Stone
As vendas do comércio brasileiro apresentaram crescimento de 0,4% em outubro, conforme o Índice do Varejo Stone (IVS). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve retração de 1,5%. O levantamento é realizado mensalmente pela Stone, que acompanha o desempenho do varejo nacional.
Segundo Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone, “apesar da leve alta nas vendas de outubro, o varejo segue operando em ritmo moderado. O consumo continua sustentado principalmente pelo mercado de trabalho aquecido, com desemprego historicamente baixo e massa de rendimentos elevada. No entanto, fatores como o endividamento recorde das famílias, o alto comprometimento da renda com dívidas e uma inflação ainda resistente, seguem limitando uma recuperação mais firme. O resultado do mês reforça essa dinâmica: o setor mostra resiliência, mas ainda abaixo do patamar observado em 2024”.
Desempenho por segmento
Cinco dos oito segmentos analisados tiveram alta em outubro. O setor de Tecidos, Vestuário e Calçados cresceu 1,2%, seguido por Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1,1%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,5%), Artigos Farmacêuticos (0,2%) e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,1%). As quedas ocorreram em Combustíveis e Lubrificantes (2,3%), Móveis e Eletrodomésticos (0,5%) e Material de Construção (0,4%).
No comparativo anual, apenas dois segmentos registraram crescimento: Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,9%) e Artigos Farmacêuticos (0,5%). Os demais apresentaram retração, com destaque para Móveis e Eletrodomésticos, Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,5%), Combustíveis e Lubrificantes (2,2%), Material de Construção (1,7%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,5%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,3%).
Variação regional
Seis estados registraram aumento nas vendas em outubro, na comparação anual. Os maiores avanços ocorreram no Amapá (4,2%) e Espírito Santo (2,7%), seguidos por Sergipe (0,3%), Ceará (0,2%), Goiás e Mato Grosso (0,1%).
Entre os estados com retração, os principais resultados negativos foram observados em Rondônia (8,6%), Rio Grande do Sul (4,7%), Santa Catarina (3,6%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Rio Grande do Norte (3,2%), Tocantins (3,1%), Amazonas e Pernambuco (3%), Distrito Federal (2,7%), Roraima (2,4%), Paraná (2%), Bahia (1,8%), Maranhão (1,7%), São Paulo (1,4%), Rio de Janeiro (1,2%), Alagoas (1,1%), Paraíba (0,5%), Pará (0,4%), Minas Gerais (0,3%), Acre e Piauí (0,2%).
De acordo com Freitas, “os destaques positivos de outubro foram nas regiões Norte e Nordeste, com crescimento nos estados do Amapá, Ceará e Sergipe, além de uma melhora pontual no Centro-Oeste, impulsionada por Goiás e Mato Grosso. A região Sul voltou a apresentar retração generalizada, com Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná entre os estados com pior desempenho no mês. No Sudeste, apenas o Espírito Santo avançou, enquanto São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais seguiram em queda, reforçando que o consumo permanece desigual entre as regiões do país”.
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