Operação
Abrasel espera aumento de faturamento no Dia dos Pais
Pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostrou que setor espera um crescimento no período
A aproximação do Dia dos Pais traz otimismo para o setor de bares e restaurantes, com expectativas positivas para o aumento do faturamento. De acordo com uma pesquisa realizada em julho pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 81% dos empresários entrevistados antecipam um crescimento nas receitas em comparação ao mesmo período do ano anterior, especialmente para os estabelecimentos que operam aos domingos – apenas 13% dos respondentes não abrem nesse dia da semana.
Apesar dessa perspectiva favorável, a realidade atual ainda apresenta desafios significativos para o setor. No mês anterior à pesquisa, junho, cerca de 19% dos estabelecimentos relataram operações com prejuízo. Ainda que esse número tenha diminuído em 2% em relação à pesquisa anterior, demonstra que há uma trajetória gradual de recuperação. Por outro lado, 45% alcançaram lucro e 35% conseguiram manter-se financeiramente equilibrados, enquanto 1% não forneceram resposta ou não estavam operando em julho. Essa recuperação progressiva é uma consequência das dificuldades enfrentadas pelo setor durante a pandemia e suas ramificações econômicas.
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destaca que, embora o Dia dos Pais não tenha a mesma magnitude em termos de faturamento como outras datas comemorativas, como o Dia dos Namorados e o Dia das Mães, espera-se um aumento no movimento. No entanto, ele ressalta a necessidade de atenção, especialmente para as empresas que acumularam dívidas com impostos e encargos durante a crise. Solmucci advoga por um plano de resgate setorial que se concentre nas empresas em dificuldades, visando a preservação dos empregos e do potencial de investimento. Preocupantemente, 38% das empresas consultadas ainda enfrentam dívidas em atraso, incluindo empréstimos, débitos fiscais e pendências com fornecedores.
A pesquisa também lança luz sobre o panorama das dívidas acumuladas, indicando que a maioria concentra-se em impostos federais (80%) e estaduais (54%), além de encargos trabalhistas/previdenciários (30%), taxas municipais (24%), serviços públicos como água, luz, gás e telefone (24%), e fornecedores de insumos (22%). A persistência dessas dívidas pode dificultar a recuperação dos estabelecimentos e apresentar um obstáculo ao crescimento contínuo do setor.
Outro ponto de destaque na pesquisa é a alta taxa de empréstimos atualmente contratados pelas empresas consultadas, alcançando quase dois terços (63%) delas. Dentre essas, a maioria (68%) recorreu ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). No entanto, a inadimplência nesse programa é significativamente superior à média, atingindo 19%, em contraste com a média geral de 4%. Além disso, 10% dos empresários beneficiados ainda não iniciaram o pagamento das parcelas, encontrando-se no período de carência previsto no programa.
Imagem: Freepik