Best Buy alerta que tarifas podem aumentar preços

A varejista de eletrônicos Best Buy registrou queda nas vendas e nos lucros tanto no quarto trimestre quanto no ano fiscal completo, além de alertar que tarifas podem pressionar os preços para cima.

No quarto trimestre, a receita caiu 4,7% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 13,9 bilhões, enquanto as vendas comparáveis subiram 0,5%, informou a empresa na terça-feira. Nos Estados Unidos, a receita caiu 5%, atingindo US$ 12,7 bilhões.

O lucro operacional da empresa despencou 61,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 217 milhões, enquanto o lucro líquido caiu cerca de 75%, para US$ 117 milhões.

No acumulado do ano fiscal, a receita da Best Buy caiu 4,4%, atingindo US$ 41,5 bilhões, com queda de 2,3% nas vendas comparáveis. O lucro operacional caiu quase 20%, chegando a US$ 1,3 bilhão, e o lucro líquido recuou 25%, somando US$ 927 milhões.

Apesar de os resultados do quarto trimestre terem superado as expectativas de analistas e da própria empresa, as previsões para o primeiro trimestre e o próximo ano fiscal são incertas devido ao impacto das tarifas sobre os eletrônicos, alertou a CEO Corie Barry em uma teleconferência de resultados na terça-feira.

Impacto das tarifas na Best Buy

Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump impôs tarifas de 20% sobre produtos chineses e 25% sobre importações do Canadá e do México. Segundo Barry, essa decisão pode impactar os preços dos eletrônicos e, consequentemente, o consumidor.

“A cadeia de suprimentos de eletrônicos de consumo é altamente global, técnica e complexa”, afirmou Barry. “A China e o México são as duas principais fontes dos produtos que vendemos. Embora a Best Buy importe diretamente apenas 2% a 3% do nosso portfólio, esperamos que nossos fornecedores repassem parte dos custos tarifários para os varejistas, tornando os aumentos de preços para os consumidores americanos altamente prováveis.”

A previsão de receita da Best Buy para o próximo ano fiscal americano varia entre US$ 41,4 bilhões e US$ 42,2 bilhões, com vendas comparáveis entre estáveis e um crescimento de até 2%. No entanto, a empresa alertou que essa projeção não reflete os impactos das novas tarifas, já que ainda há incertezas sobre a resposta dos consumidores e parceiros comerciais internacionais.

Se as tarifas de 10% sobre produtos chineses, implementadas no mês passado, permanecerem durante todo o ano, a empresa acredita que as vendas comparáveis serão negativamente afetadas.

Redução da presença física e novas estratégias

Barry afirmou que a Best Buy está reavaliando sua presença física. No ano passado, a empresa fechou 12 lojas no formato tradicional de grande porte nos EUA e abriu duas novas unidades. Para 2025, a previsão é de fechar entre cinco e dez lojas e inaugurar algumas unidades menores.

A empresa também continuará expandindo espaços dedicados a novas tecnologias em suas lojas. Barry destacou ainda que o programa de fidelidade e assinatura da Best Buy atingiu quase 8 milhões de membros pagos, um aumento em relação aos 7 milhões do ano anterior. No total, 100 milhões de consumidores estão inscritos nos diferentes níveis do programa.

A Best Buy enfrenta concorrência crescente de outras grandes redes varejistas, como Walmart e Lowe’s, que estão entrando no segmento de eletrônicos, afirmou Neil Saunders, diretor da GlobalData.

Embora a Best Buy esteja acertando ao transformar suas lojas em destinos de experiência, Saunders acredita que a empresa precisa comunicar melhor o valor da sua experiência digital de compras.

Para o futuro, Saunders destacou que a projeção da Best Buy para o primeiro trimestre prevê uma possível queda, mas que os resultados podem melhorar nos trimestres seguintes.

“Como marca, a Best Buy é bem avaliada e confiável”, afirmou Saunders. “Portanto, acreditamos que há uma base sólida para a empresa continuar crescendo.”

Imagem: Daphne Howland
Informações: Nate Delesline III para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo