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Black Friday 2023 desaponta e tem um dos piores resultados da história

Vendas registram desempenho muito abaixo de projeções; pequenas e médias empresas tiveram bons resultados

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black friday 2023

A Black Friday 2023 foi uma das piores da história do varejo nacional. Dados da plataforma Black Friday Hora a Hora, obtidos através de uma parceria entre a Confi.Neotrust e a ClearSale, mostram que, durante as 24 horas de sexta-feira (24), o e-commerce registrou aproximadamente R$ 3,4 bilhões em vendas. Os resultados representam uma queda de 15,1% em relação à edição de 2022.

O desempenho do varejo na Black Friday deste ano ficou consideravelmente abaixo das expectativas, especialmente considerando as projeções feitas por associações do setor e empresas de pesquisa.

O evento promocional, que acontece no Brasil desde 2010, teve seu segundo pior resultado na edição deste ano, ficando atrás apenas do desempenho de 2022, que, dependendo da pesquisa, obteve uma retração entre 23% e 34% ante 2021. Esse resultado contempla apenas o e-commerce nacional, não levando em conta as vendas nas lojas físicas, ocasionalmente incluídas nas ações das varejistas.

O jornal Valor Econômico considera que a renda da população, com dívidas pesando no orçamento, e descontos considerados insatisfatórios pelos consumidores, podem ter interferido negativamente no desempenho do varejo.

As varejistas já vem, há alguns anos, limitando suas promoções na Black Friday a um menor número de produtos, de modo a proteger a rentabilidade do setor e reduzir seu custo de capital. Esse tipo de medida é tomada principalmente pela alta da taxa de juros, que faz com que os estoques parados encareçam.

Outro fator que afetou a Black Friday 2023 foi uma queda no volume de pedidos, que até o fechamento desta matéria era estimado em 8,2 milhões, um resultado 16,3% menor que na edição passada. O ticket médio gasto pelos consumidores também perdeu fôlego, com R$ 675,36 de gasto médio por compra — 0,1% a menos do que no ano passado.

As gigantes do setor, como Magalu e Mercado Livre, apesar do cenário negativo no geral, conseguiram um bom desempenho dentro da média, com resultados superiores a 2022. O superintendente comercial da ClearSale, Matheus Manssur, afirmou em nota que a queda pode ter afetado mais os varejistas de pequeno porte.

“Observamos uma Black Friday mais tímida em comparação ao ano anterior, analisando principalmente o faturamento e o volume de pedidos já que ambos apresentaram queda”, afirmou Manssur.

Esses fatores também fizeram com que as tentativas de fraudes na Black Friday 2023 tenham sido menores do que nos anos anteriores. Na edição deste ano do evento promocional, houve 18,6 mil tentativas de golpe, somando cerca de R$ 26,6 milhões, um número 56,4% menor do que em 2022.
O levantamento da Black Friday Hora a Hora mostrou que, na Black Friday 2023, os setores mais impactados pelas tentativas de fraudes de golpistas foram ferramentas (2,7%), passagens aéreas (2,5%) e brinquedos (2%).

Nas 24 horas da sexta, os produtos mais vendidos foram eletrodomésticos (20,8% dos produtos vendidos), eletrônicos (15,1%) e telefonia, enquanto o cartão de crédito foi o meio de pagamento mais utilizado para compras, somando 56,5% das movimentações e seguido pelo Pix (30,3%), boleto bancário (8,2%) e outras modalidades, como e-wallet, cashback, vales e cartão de débito, que somaram 5%.

Pequenas empresas conseguem bons resultados na semana da Black Friday 2023

Se na Black Friday os resultados do varejo não foram tão satisfatórios, as pequenas e médias empresas (PMEs) fizeram bonito durante a semana (no período popularmente chamado de Black Week). De acordo com dados da Nuvemshop, plataforma líder na América Latina de criação de lojas virtuais, as PMEs faturaram R$ 163,5 milhões entre 20 e 26 de novembro, 45% a mais do que em 2022.

Neste período, 2,5 milhões de produtos foram comercializados, com o ticket médio de compra ficando em R$ 262,80. Entre os itens mais vendidos no período, ficaram temperos, granola, creatina, relógios, óculos de sol, camisetas e biquínis.

A gerente da Nuvemshop Marcela Orlandi afirma que o varejo online brasileiro consegue melhores resultados no período de Black Friday quando os períodos promocionais são maiores. “A Black Week teve uma grande movimentação em pedidos nas PMEs online, garantindo maiores faturamentos para este final de ano”, comenta. 

Um bom exemplo é a Soho Papelaria, que atraiu consumidores ao fazer campanhas durante toda a semana de Black Friday. “Fizemos uma seleção de produtos queridos pelo público com até 40% de desconto e oferecemos mais 5% de desconto no Pix. Também enviamos brindes para garantir um unboxing positivo para os consumidores. Preparamos a estratégia com alguns meses de antecedência, investimos em conteúdo e marketing e já conseguimos faturar mais de 6 dígitos neste mês, o que é um marco para a nossa loja”, comenta Flavia Mohseni, dona da papelaria que vende exclusivamente online.

São Paulo foi o estado que mais faturou na semana da Black Friday, segundo a pesquisa da Nuvemshop, seguido por Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Os meios de pagamento mais usados nas PMEs foram cartão de crédito (53%) e o Pix (39%). O setor de moda foi o que mais faturou entre os pesquisados (R$ 72 milhões), seguido de saúde e beleza (R$ 13 milhões) e casa e jardim (R$ 8,5 milhões).

As pequenas e médias empresas utilizaram o Instagram como canal de venda principal, com 92% das compras do e-commerce sendo geradas a partir dele, enquanto 79% dos consumidores efetuaram suas compras através de dispositivos móveis e, em média, foram oferecidos 25% de desconto.

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Imagem: Freepik

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