Economia

Busca por crédito cai 18% no primeiro semestre no Brasil

Pesquisa mostra que desde outubro de 2023, busca por financiamentos tem queda e não demonstra perspectivas de melhora

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A demanda por crédito no Brasil acumulou queda de 18% no primeiro semestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. Desde outubro do ano passado, a busca por financiamentos tem contraído sempre em relação ao mesmo mês de 2023. Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.

“Ampliando a análise por um período mais longo, vemos que a demanda por crédito opera em terreno negativo desde agosto de 2022, com exceção de dois meses: novembro de 2022, com alta de 20%, e setembro de 2023, quando o crescimento foi de 6%”, explica Natália Heimann, líder da Business Unit de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech e responsável pelo indicador.

Desde janeiro, todos os meses demonstraram contração de dois dígitos. Ainda na comparação anual, junho teve recuo de 18%. Por segmento, o financeiro registrou o menor recuo do mês (-22%), seguido do varejo (-21%). Novamente, o setor de serviços ficou positivo (+30%). Já no acumulado do primeiro semestre do ano, o desempenho ficou assim: varejo (-30%), bancos e financeiras (-14%) e serviços (+18%).

Já na análise mensal (junho versus maio de 2024), a demanda por crédito teve queda de -4%, puxada pelos bancos e financeiras, que tiveram perda de 10%. Já o varejo e serviços, obtiveram alta de 10% e 1%, respectivamente.

Dentro do segmento varejista, o grande destaque do primeiro semestre em comparação ao mesmo período de 2023 é a categoria supermercados, a única a obter alta (4%). Os demais ficaram nesta ordem que queda: Lojas de Departamento (-61%), Vestuário (-46%), EletroMóveis (-39%) e outros (-10%).

“Desde novembro do ano passado, o setor varejista tem registrado queda da ordem de dois dígitos com relação ao ano anterior. Neste mesmo período, a única categoria a ficar positiva é a de supermercados, o que demonstra que os brasileiros estão com a renda comprometida e priorizando os gastos mais básicos. Para os próximos meses, não visualizamos uma reversão significativa deste cenário, até por conta da manutenção da Selic em patamar alto”, ressalta Natália.

Em relação a junho de 2023, a demanda por crédito em supermercados cresceu de 4%. A maior queda ficou com lojas de departamento (-66%), seguida de vestuário e eletromóveis, que tiveram perda de -26% e outros – 13%.

Na comparação com maio de 2024, o cenário foi mais animador, com o varejo subindo 1%. No campo positivo ficaram as categorias eletromóveis (+8%) e lojas de departamento (+1%). Vestuário ficou no zero a zero, o segmento supermercados caiu – 4% e a classificação outros – 10%.

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