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Economia

Cartão de crédito: maioria dos varejistas dependem de parcelamento sem juros

Pesquisa realizada pela CNC afirma que, para efetivar vendas, 9 em cada 10 varejistas dependem de compras parceladas no cartão de crédito

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Pilha de cartões de crédito em cima de celular; cartão de crédito; click to pay

Pesquisa divulgada na última segunda-feira (2) mostrou que nove em cada dez varejistas brasileiros, para efetivar parte das suas vendas, adotam o parcelamento sem juros no cartão de crédito.

O levantamento realizado e divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o número de empresas do varejo que dependeram de parcelas sem juros no cartão de crédito para efetivar suas vendas chega a 89,6%. O faturamento médio dessas companhias, somado, chega a R$ 2,8 trilhões por ano.

CNC apoia o parcelamento sem juros no cartão de crédito

Em nota, a entidade defendeu o parcelamento sem juros, alvo de críticas por parte do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “A CNC defende o parcelado sem juros, porque comércio e serviços têm grande dependência dessa forma de pagamento nas vendas”, afirmou. De acordo com a pesquisa, 47% de todas as empresas do varejo têm pelo menos metade de sua arrecadação (R$ 1,4 trilhão em faturamento anual) proveniente de vendas parceladas.

O parcelamento sem juros no cartão de crédito representa entre 50% e 80% do total arrecadado de 29,3% dos varejistas, segundo a pesquisa da CNC. Esse número equivale a aproximadamente 663 mil empresas. 13,2% (297 mil) têm uma fatia ainda maior de vendas parceladas: 80%. Por sua vez, 10,4% dos estabelecimentos consultados não souberam responder.

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a pesquisa mostra como o parcelamento é relevante para os comerciantes, além de apontar a consolidação do cartão de crédito como propulsor do consumo nos últimos anos. “Para a CNC, é necessário encontrar uma solução para racionalizar as taxas de juros exorbitantes, que chegam a impressionantes 440% ao ano, seguindo o modelo implementado no cheque especial no início de 2020”, disse.  

A entidade entregou o estudo ao Ministério da Fazenda no fim de setembro, deixando claro seu posicionamento favorável à manutenção das parcelas sem juros no cartão de crédito, “sem intervenção nas condições de mercado”. Além disso, a CNC pediu uma “racionalização” da taxa de juros do rotativo do cartão de crédito.

A CNC também defendeu o programa Desenrola, aprovado pelo Senado e dependente apenas da sanção presidencial, afirmando que medidas como o limite de 100% para os juros em relação ao valor da dívida total do cartão de crédito são “importantes para equacionar o problema do endividamento e da inadimplência”.

A responsável pela pesquisa da CNC, economista Izis Ferreira, advogou por um consenso entre consumidores, bancos, varejistas e órgãos de regulação para que o crescimento econômico seja fomentado e que as condições de consumo sejam garantidas. “Na hipótese do fim do parcelamento sem juros, diversos produtos e serviços simplesmente deixarão de ser consumidos pela maior parte da população, que depende de prazo para as compras”, encerrou.

A pesquisa contou com uma amostra de seis mil empresas de todos os setores do varejo, com companhias de pequeno, médio e grande porte, nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, contemplando um universo de mais de 2 milhões de varejistas. A margem de erro do levantamento é de 3%.

Pilha de cartões de crédito em cima de celular; cartão de crédito

Imagem: Envato