Economia
Cenário brasileiro é mais otimista para investimentos no varejo
Diversas mudanças econômicas nacionais e internacionais têm culminado para uma mudança de perspectiva sobre o país para investidores estrangeiros
Os investimentos no varejo brasileiro podem aumentar nos próximos meses, graças ao otimismo do mercado internacional na economia brasileira, anunciado pela revista britânica The Economist. São vários os fatores apontados como positivos para investimentos no Brasil, como a recente queda na taxa de juros (Selic), a perspectiva de um novo arcabouço fiscal e uma reforma tributária, e também os desafios enfrentados pela Ucrânia e fim das restrições da Covid-19 na China fazem com que o país seja um bom polo de investimentos.
Apesar de as perspectivas apontadas pelo The Economist serem voltadas para investimentos financeiros, investimentos no varejo e no franchising também são esperados. É o que explica o especialista em finanças e investimentos Hulisses Dias explica: “o Brasil é a economia de maior emergência na América Latina e quando a gente vê esse processo de polarização geopolítica no mundo acontecendo, com a Rússia se afastando nos Estados Unidos, e afastamento de China e Estados Unidos, o Brasil se torna um grande destino para investimentos internacionais. Então, dentro dessa contextualização geopolítica, o Brasil sim é um lugar muito atrativo para as empresas estarem”
Natan Baril, diretor internacional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), fala sobre as perspectivas de investimento internacional no mercado de franquias brasileiro. “temos um cenário econômico mais propício para o investidor estrangeiro seja aquele que quer investir em empresas que já estão aqui no Brasil, seja as empresas franqueadoras que estão fora do Brasil e que querem trazer as marcas pra cá”, explica. Segundo Baril, o próprio franchising brasileiro está em um movimento de crescimento, o que pode contribuir para uma melhora ainda mais significativa. Segundo o diretor, em 2021 o Brasil possuía 206 marcas estrangeiras que vieram para o país, e em 2022, esse número aumentou para 236, com um crescimento de 12%. “A tendência é de que com o cenário que está melhorando é muito provável que a gente tenha um crescimento de novo de dois dígitos”, completa.
Selic
No dia 2 de agosto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou a diminuição da taxa de juros do Brasil, a Selic, para 13,25%. De acordo com Dias, esse marco mostra independência do BC, e torna o mercado internacional mais otimista. “Lula, de um lado, estimulava a queda da taxa de juros e, por outro, o banco central, que deve ser um órgão independente, dizia que não deveria baixar. E o banco central manteve a sua independência e isso traz muita confiança para nossa economia”, afirma.
Reforma tributária
Uma outra mudança econômica que está sendo discutida pelo Governo Federal é a reforma tributária, que, segundo o diretor internacional da ABF, pode prejudicar muito o franchising brasileiro. A previsão é de que a reforma seja votada em outubro, e traz, entre as principais mudanças, a unificação de cinco impostos em um só, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que pode ser de 25%. “A reforma tributária trouxe uma preocupação para o segmento de franchising, que recebe royalties, fundo de propaganda e taxa de franquia. A proposta é de um aumento de uma média que hoje é de 13% de tributação para pelo menos 25%. Isso faz com que algumas empresas franqueadoras instaladas no Brasil não sejam viáveis”, explica.
Setores
Segundo Barril, os setores que mais podem se beneficiar com o otimismo internacional em relação ao Brasil, quando falamos de pessoas dispostas fazer investimentos no varejo em empresas brasileiras, são:
- Alimentação
- Educação
- Saúde, Beleza e Bem-Estar
- Serviços em geral
- Microfranquias
- Comunicação e Informática
Para franqueadoras internacionais que querem vir para o Brasil, os setores mais promissores são:
- Alimentação (disparado)
- Cosméticos, saúde e beleza
- Educação
Imagem: Envato