Confiança do consumidor atinge menor nível para o mês de maio desde 2022

A confiança do consumidor brasileiro registrou 96 pontos em maio, segundo o Índice Nacional de Confiança (INC), divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Esse é o menor patamar para o mês desde 2022, quando o índice marcou 92 pontos. O INC varia de zero a 200 pontos, sendo que valores abaixo de 100 indicam pessimismo.

Na comparação com abril, o índice subiu um ponto, o equivalente a uma variação de 1,05%. Apesar da leve alta, a ACSP destaca que o resultado ainda reflete um cenário de pessimismo entre os consumidores. O economista da entidade, Ulisses Ruiz de Gamboa, afirma que “a atividade econômica e o mercado de trabalho ainda demonstram certa resiliência”. No entanto, ele ressalta que o aumento observado entre abril e maio “não indica necessariamente uma mudança de tendência”.

De acordo com o relatório da ACSP, a melhora na confiança foi impulsionada principalmente pela percepção mais favorável das famílias em relação às expectativas futuras de renda e emprego. Também houve melhora, em menor grau, na avaliação da situação financeira atual e da segurança no emprego. “Isso significa maior disposição a comprar itens de maior valor, como carro, casa, geladeira e fogão”, aponta o relatório assinado por Gamboa. “A propensão a investir no futuro também mostrou elevação.”

Entre os fatores que podem ter contribuído para esse resultado estão a ampliação do crédito consignado e o aumento das transferências de renda realizadas pelo governo. Apesar disso, a ACSP alerta que a inflação elevada de produtos essenciais, o alto nível de endividamento das famílias e os impactos da taxa de juros, atualmente em 14,75% ao ano, podem comprometer a confiança do consumidor nos próximos meses.

Na análise regional, o índice de confiança subiu em todas as regiões do país, com exceção da Região Norte, onde foi registrada uma leve queda. Em relação às classes socioeconômicas, o índice apresentou elevação nas classes AB e DE, e estabilidade na classe C.

A pesquisa foi realizada pela empresa PiniOn, a pedido da ACSP, com uma amostra de 1.679 famílias em todo o Brasil, abrangendo moradores de capitais e cidades do interior.

Com informações de Agência DC News
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