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Economia

Crédito rotativo sobe, mesmo com queda de juros, segundo BC

Segundo Banco Central, modalidade de crédito subiu mais de 2 pontos percentuais em abril

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Em abril, a taxa média de juros para concessões de crédito às famílias apresentou uma leve queda, enquanto os juros do cartão de crédito rotativo continuaram subindo, aumentando 2,2 pontos percentuais, alcançando 423,5% ao ano, de acordo com dados divulgados na última segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC).

O crédito rotativo, utilizado quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito, resulta em um empréstimo com juros sobre o valor restante. Esta modalidade apresenta uma das taxas mais altas do mercado. Apesar da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, vigente desde janeiro, a medida não impacta a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito e só se aplica a novos financiamentos, não influenciando as estatísticas de abril.

Considerando os últimos 12 meses encerrados em abril, os juros do cartão rotativo caíram 23,8 pontos percentuais. Após 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito, com juros reduzidos em 8,7 pontos percentuais no mês e 18,5 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 128% ao ano.

No total, a taxa média de juros do crédito livre para famílias diminuiu 0,4 pontos percentuais em abril e 6,6 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 53% ao ano. O cheque especial também compõe essas estatísticas, com alta de 1,8 pontos percentuais no mês e queda de 3,6 pontos percentuais em um ano, atingindo 129,9% ao ano. Reduções menores foram observadas em crédito consignado, aquisições de bens e arrendamento mercantil.

Para empresas, os juros médios no crédito livre aumentaram 0,4 pontos percentuais em abril, mas diminuíram 2,2 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 21,3% ao ano. Houve aumentos nas taxas de capital de giro com prazo superior a 365 dias (1 ponto percentual) e no cartão de crédito rotativo (39,7 pontos percentuais).

A redução dos juros bancários médios ocorre em um momento de diminuição da taxa básica de juros da economia, a Selic, fixada em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, a recente alta do dólar e o aumento das incertezas fizeram o BC reduzir o ritmo dos cortes na Selic, que passaram de 0,5 ponto percentual para 0,25 ponto.

Além disso, com expectativas de inflação acima da meta e um cenário macroeconômico mais desafiador, o Copom decidiu não prever novos cortes na Selic na última reunião, no início de maio.

A inadimplência, medida pelos atrasos superiores a 90 dias, manteve-se estável em 3,2% em abril, com taxas de 3,6% para pessoas físicas e 2,6% para pessoas jurídicas. O endividamento das famílias, que mede a relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, foi de 48% em março, um aumento de 0,2 pontos percentuais no mês e uma queda de 0,6 pontos percentuais em 12 meses. Excluindo o financiamento imobiliário, o endividamento ficou em 30,1%.

O comprometimento da renda das famílias, que relaciona o valor médio para pagamento das dívidas com a renda média, foi de 26,5% em março, um aumento de 0,8 pontos percentuais no mês e uma redução de 1,1 pontos percentuais em 12 meses. Esse último indicador é apresentado com defasagem maior, pois o Banco Central usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE.

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Imagem: Freepik