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ESG = É SOBRE GRANA!
Não, amigos, você não leu errado, nem está enxergando mal. O termo ESG aqui está traduzido como: É SOBRE GRANA!
Antes de discordar (que aceito) ou me criticar, leia o texto até o fim, e não há problema se continuar discordando lá no final.
O termo ESG é uma daquelas siglas da moda, que caiu no vocabulário comum em rodas de discussões, em especial no mundo dos negócios. Porém, como nem todos precisam estar familiarizados com isso, vou aqui compartilhar o conceito mais comum de ESG:
ESG é uma sigla em inglês que significa “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança).
O conceito ESG é usado para avaliar as práticas de uma empresa em relação ao meio ambiente, às pessoas e à governança corporativa.
O ESG é importante porque:
- Indica a solidez de uma empresa;
- Contribui para a construção de um mundo mais justo e responsável;
- Aumenta a competitividade de uma empresa;
- Ajuda a identificar empresas que atuam de forma ética e íntegra.
As empresas que adotam os princípios ESG buscam minimizar o impacto no meio ambiente, valorizam as pessoas, são transparentes na gestão, se comprometem a ser agentes de mudança.
Alguns exemplos de ações ESG são: satisfação dos clientes, proteção de dados e privacidade, diversidade e inclusão da equipe, engajamento dos funcionários, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas.
A tradução literária vai nessa linha, e em geral ligam muito o tema ESG ás praticas ambientais e sustentabilidade, em destaque, e os temas sociais e governança em segundo plano, mas não menos importante.
Eu, portanto, vou me atrever a inverter a lógica, e trazer o tema GOVERNANÇA para o holofote, e consequentemente ligar o tema “resultado das empresas” como o tema central do ESG.
No ano passado, me formei Conselheiro de Empresas, pela FUNDAÇÃO DOM CABRAL, no curso PDC.
E foi ótimo , em especial já começando a primeira aula com um professor dizendo o seguinte:
CONSELHO DE EMPRESAS tem como principal objetivo “MAXIMIZAR” o resultado dos “ACIONISTAS”.
Então, aquele silêncio na sala… pois certamente, nem todos concordam com isso. Já eu, concordo enfaticamente.
Empresas são criadas para dar lucro. ONGs são criadas para auxiliar no desenvolvimento de comunidades e geralmente com objetivo SOCIAL.
Muitos acham que empresas tem mais objetivo social, do que financeiro, e nesse conceito, não deveriam vislumbrar o lucro primeiro, mas primeiro o bem estar da comunidade onde está inserida, ou dos steakholders envolvidos. Eu discordo.
Vamos refletir:
- VOCÊ JÁ VIU EMPRESA POBRE, OU DEMASIADAMENTE ENDIVIDADA, PRIORIZAR O “MEIO AMBIENTE”?
- VOCÊ JÁ VIU EMPRESA POBRE, OU DEMASIADAMENTE ENDIVIDADA, PRIORIZAR O BEM ESTAR DA SUA COMUNIDADE?
- VOCÊ JÁ VIU EMPRESA POBRE, OU DEMASIADAMENTE ENDIVIDADA, PRIORIZAR GOVERNANÇA , AUDITORIA OU COMPLIANCE?
O fato, amigos, é que o que gera riqueza, é riqueza. Pobreza não gera riqueza.
Qual seria então o problema de ter a MAXIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS DOS ACIONISTAS como foco da governança corporativa, que também vai acompanhar todas as práticas de ESG?
Afinal, o lucro das empresas vem depois de pagar todos os colaboradores, fornecedores, governo, práticas sustentáveis, steakholders em geral, e dando tudo certo, ter retorno do capital investido. Tendo retorno satisfatório do capital investido, o acionista vai reinvestir naquela empresa, ao invés de pensar em levar seu capital para outro local que pode rentabilizar mais, pois nessa empresa ele já sabe o que pode esperar , e cria um circulo virtuoso.
Nós que vivemos diariamente os desafios do mundo corporativo, metas, resultados, orçamentos, lidamos com decisões permanentes com relação á rotina da empresa, e também ao que foi planejado com relação ás práticas sustentáveis, meio ambiente, retorno á comunidade, práticas sociais e gestão da imagem da empresa. As práticas precisam ser genuínas, e de fato fazer parte do propósito, da empresa, se incorporar á cultura, e se integrar ao comportamento dos colaboradores.
Eu acredito nesse mantra no FRANCHISING:
FRANQUEADORA FORTE, TEM FRANQUEADOS FORTES!
FRANQUEADORA FRACA, TEM FRANQUEADOS FRACOS!
Para o mundo corporativo, é a mesma coisa:
EMPRESA FORTE, STEAKHOLDERS FORTES!
EMPRESA FRACA, STEAKHOLDERS FRACOS!
Sendo assim, a tradução de ESG sendo “É SOBRE GRANA” soou como música aos meus ouvidos. Sem romantizar, sem ficar “em cima do muro”, trazendo o tema para a realidade, é a melhor tradução sobre o tema que eu já ouvi.
Quem acha que quando priorizam lucro ou foco em GRANA, vai ter que tirar de alguém para isso, em geral, entendo estar enganado. Quem investe na produção, empreendedores dos mais diversos, geram riqueza, movem a economia, distribuem recursos e fortalecem diversas cadeias diretas e indiretas. Para tudo tem exceção, e não vou deixar de citar isso aqui. Mas em geral, o EMPREENDEDOR é quem move o mundo, seja de qual tamanho for.
Portanto, se você já implantou GOVERNANÇA CORPORATIVA na sua empresa, tem Conselho Consultivo ou de Administração, ou pretende implantar, tenha como foco o melhor retorno possível do investimento dos acionistas, que certamente os temas relacionados a E ( Ambiental ) , S ( Social) e G (Governança ) irão fluir nas reuniões naturalmente, e farão parte incorporada á cultura da empresa, sem esforços adicionais.
E, lembrando, as empresas mais sólidas do mundo e com melhor resultado financeiro são aquelas com as práticas de ESG implantadas e comprovadas, são indicadores disponíveis para consulta no mundo inteiro.
Ou seja, ESG, pode se traduzir como:
É Sobre Grana
Pronto, agora que já descrevi o texto e meu ponto de vista, já pode criticar, será bem aceito e respeitado.
Imagens: Ivan Ferreira
*Ivan Ferreira é COO da Holding de franquias Japp, de João Appolinário, com as marcas de franquias Decor Colors, Polishop, Mega Studio, Wise Home e outras. É consultor de franquias e varejo com MBA de franquias da FIA/ABF, além de especialista em análise de franqueabilidade e canais, formatação e gestão. Master Franqueado de uma rede de açaí, também já contribuiu com os Comitês de BI, Moda, Food Service e Expansão da ABF.