Economia
Franquias de alimentação registram alta de 18%, aponta estudo da ABF
De acordo com o estudo, o segmento de foodservice teve um faturamento recorde de quase R$52 bilhões ao longo de 2022
Após o fim da pandemia e a retomada das atividades presenciais, o setor de alimentação voltou à normalidade. A implementação de transformações digitais e a aceitação do delivery foram fatores-chave para o sucesso do mercado de Foodservice nesse período. No entanto, os custos e a retenção de colaboradores ainda são grandes desafios para o setor, de acordo com a “Pesquisa de Food Service 2023”, realizada pela ABF em parceria com a Galunion.
A pesquisa revelou que, em 2022, o segmento de franquias de alimentação faturou R$51,918 bilhões, um aumento de 18% em relação a 2021, confirmando uma tendência de recuperação. O número de unidades cresceu 9%, ultrapassando 40 mil, acompanhando a retomada da expansão das franquias em geral no ano passado. O número de redes também teve um aumento de 5%, totalizando 857 marcas. No primeiro trimestre de 2023, o segmento cresceu 20%. Esses e outros resultados foram apresentados no “Seminário Setorial de Food Service”, evento realizado durante a ABF Franchising Week 2023.
A pesquisa incluiu uma amostra de 41 marcas de alimentação, 200 franqueados, representando 42% do faturamento e 8.690 pontos de venda. Os resultados mostraram que 95% das redes possuem multifranqueados e 49% possuem programas de fidelidade. Além disso, a pesquisa revelou que 52% dos estabelecimentos estão localizados em shoppings, 39% em ruas e 9% em galerias e outros locais. Quanto à culinária, há uma grande variedade, com destaque para Grelhados/Churrasco, que representa 17%, seguido por Hamburgueria e/ou Sanduicheria, Cafeterias/Chás e Outros, todos com 15%.
As empresas estão cada vez mais empenhadas em oferecer uma experiência de consumo diferenciada, levando em consideração toda a jornada do consumidor. Houve um aumento significativo de restaurantes e estabelecimentos que oferecem serviços rápidos, tanto presenciais quanto por meio de delivery ou takeaway. Para se adaptar ao perfil dos clientes, as redes investiram em estratégias e mudanças no menu. Cerca de 44% optaram por reduzir o número de itens no cardápio e reorganizá-lo para publicação online ou digital em diferentes plataformas. Isso também ajuda a lidar com os impactos da inflação que o setor de alimentação enfrenta.
A pesquisa também revelou tendências no mercado de Foodservice, como parcerias de co-branding com marcas renomadas de fornecedores (51%), busca por tendências veganas ou vegetarianas (44%) e investimentos em alimentos funcionais e para reforço de imunidade (39%). Além disso, as redes estão cada vez mais preocupadas com questões relacionadas à sustentabilidade e responsabilidade social, com 29% delas buscando alternativas para reduzir desperdícios e utilizar produtos e ingredientes sustentáveis.
No que diz respeito aos colaboradores, o número de funcionários nas lojas aumentou 3,7% em 2022 em comparação a 2021. No entanto, a retenção de talentos ainda é um desafio para o setor. Para lidar com essa questão, 88% das empresas investem em premiações com base em metas atingidas, 46% oferecem treinamentos internos e externos para desenvolvimento da gestão, e 37% estão mudando o formato de remuneração, introduzindo uma parte variável.
O delivery continua sendo um canal de atendimento importante e contribui significativamente para o faturamento das redes. Segundo a pesquisa, 93% das redes utilizam o delivery, sendo que 44% delas atuam exclusivamente em plataformas de marketplace de terceiros. Apesar de ter diminuído em participação (share), o delivery registrou um crescimento de 14% em valor para as marcas em 2022. A taxa de entrega média é de R$8, e as redes costumam cobrar um acréscimo médio de 16% nos pedidos de delivery. O tempo médio para entrega é de 23 minutos, levando em consideração o processo de produção e a espera do entregador.
Apesar dos bons resultados, ainda há pontos a serem melhorados na relação com os marketplaces de entrega, como o preço elevado do serviço, o acesso aos dados do cliente, a conciliação financeira e a falta de mecanismos para lidar com problemas ocorridos com os clientes.
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