Economia
Ibovespa supera 161 mil pontos pela primeira vez
O Ibovespa ultrapassou ontem (2) a marca dos 161 mil pontos pela primeira vez. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão com alta de 1,56%, aos 161.092 pontos. O desempenho rompeu o recorde anterior, registrado na última sexta-feira (28), quando o índice fechou em 159.072,13 pontos. Ao longo do dia, o Ibovespa operou em alta na comparação com a véspera e superou a marca dos 161 mil pontos de forma definitiva às 14h10.
No mercado de câmbio, o dólar comercial caiu 0,52% e fechou o dia cotado a R$ 5,330.
Segundo análise de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a sequência de recordes do Ibovespa é influenciada pela queda das taxas longas de juros no cenário internacional e pela expectativa de novos cortes pelo Federal Reserve. De acordo com ele, esses fatores aumentam o apetite global por risco e direcionam fluxo estrangeiro para mercados emergentes.
Shahini afirma que, no ambiente doméstico, a combinação de juros reais elevados, bolsa descontada, empresas gerando caixa e expectativa de flexibilização da política monetária a partir de 2026 contribui para um cenário favorável à renda variável.
Shahini também citou elementos técnicos que, segundo ele, reforçam o rali. “A baixa alocação histórica das pessoas físicas em ações e a fraqueza do dólar no cenário internacional, que tende a beneficiar moedas e ativos de países emergentes, somam-se a uma crescente expectativa em torno do processo eleitoral, que tem sido interpretado pelo mercado como potencial vetor de mudança no direcionamento econômico, adicionando mais tração ao movimento recente do índice.”
O especialista avalia que o cenário pode continuar favorável no início de 2026. “Esse movimento pode se estender até o primeiro semestre do ano que vem, sobretudo se o ciclo de cortes de juros no Brasil for mais profundo do que o atualmente precificado pelo mercado e se a política monetária nos Estados Unidos permanecer expansionista, mantendo favorável o ambiente global de liquidez.”
Ele afirma, porém, que o segundo semestre tende a ser marcado por maior volatilidade. “A partir do segundo semestre de 2026, contudo, o cenário eleitoral deve ganhar protagonismo e tende a se tornar o principal driver de preço para os ativos de risco locais, especialmente o Ibovespa. Devemos esperar mais volatilidade e um direcional de preços menos claro à medida que o cenário eleitoral se intensifique.”
Imagem: Envato
