Economia
Juros do cartão de crédito caem pelo segundo mês seguido
Redução chega a 7,9 pontos percentuais em 12 meses
O Banco Central divulgou na última terça-feira (2) dados referentes às Estatísticas Monetárias e de Crédito, revelando uma redução nas taxas de juros do cartão de crédito rotativo. Pelo segundo mês seguido, a taxa média de juros desta modalidade teve uma queda, passando de 419,3% ao ano em janeiro para 412,5% ao ano em fevereiro deste ano. Essa redução representa uma diminuição de 6,8 pontos percentuais no mês e de 7,9 pontos percentuais em 12 meses.
O crédito rotativo é uma modalidade que dura 30 dias e é utilizado quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão, contraindo um empréstimo e pagando juros sobre o valor não quitado.
Apesar de ser uma das modalidades com as taxas mais elevadas do mercado, a entrada em vigor da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em janeiro deste ano, apresentou um impacto positivo. No entanto, essa medida só se aplica a novos financiamentos, o que mantém as estatísticas em patamares altos.
Além disso, a taxa de juros praticada nas operações de cartão de crédito foi o principal fator que influenciou a queda na taxa média de juros cobrada das famílias em fevereiro. Por outro lado, os juros do cheque especial tiveram um aumento de 6 pontos percentuais no mês e uma redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 131,8% ao ano.
No geral, considerando todas as modalidades de crédito com recursos livres para pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 52,5% ao ano, com uma diminuição mensal de 0,1 ponto percentual e de 6 pontos percentuais em 12 meses.
As taxas de juros estão em um processo de desaceleração em consonância com a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que tem sido reduzida pelo Banco Central para controlar a inflação. A Selic foi definida em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que tem reduzido a taxa consecutivamente ao longo dos últimos meses.
Em relação ao endividamento das famílias, os dados mostram um aumento de 0,2 ponto percentual no endividamento, alcançando 48% em janeiro, mas uma queda de 0,9% em 12 meses. Já o comprometimento da renda teve um incremento de 0,1 ponto percentual na passagem do mês, ficando em 25,8% em janeiro, porém com uma redução de 0,8% em 12 meses.
Esses indicadores são apresentados com uma defasagem maior do mês de divulgação, pois são baseados em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Imagem: Envato