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Livrarias virtuais ultrapassam as físicas no faturamento de editoras

Concentração de vendas em plataformas digitais chega a 35,2% do faturamento do setor e preocupa o mercado editorial

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Pela primeira vez, as livrarias virtuais superaram as lojas físicas em termos de faturamento para as editoras brasileiras, segundo pesquisa divulgada pela consultoria Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros e a Câmara Brasileira do Livro. As vendas online representaram 35,2% do faturamento de livros no ano passado, um aumento significativo em relação a 2021, enquanto as livrarias físicas caíram para 26,6%.

As vendas diretas das editoras por meio de seus próprios sites e em escolas permaneceram estáveis em 6% e 8%, respectivamente. Esse aumento nas vendas das livrarias virtuais é atribuído tanto à acomodação causada pela pandemia, que levou as pessoas a comprarem mais virtualmente, quanto à falta de livrarias em muitos municípios brasileiros.

Na categoria de obras gerais, incluindo livros de ficção, as plataformas digitais exclusivas, como Amazon e Submarino, representaram mais da metade da receita, enquanto as livrarias físicas corresponderam a 30%. O mesmo padrão foi observado na categoria de livros técnicos e profissionais, onde os livros didáticos e religiosos ainda mantêm uma parcela significativa nas vendas em lojas físicas.

A concentração de vendas em um único canal pode ser motivo de preocupação para alguns profissionais do setor editorial, que destacam a importância das vitrines das livrarias físicas e defendem uma distribuição mais equilibrada entre diferentes canais de venda. No entanto, o mercado editorial como um todo teve uma queda real de 2,6% no faturamento do ano, principalmente devido à redução das compras de livros didáticos pelo governo.

Além disso, a pesquisa revelou que as feiras de livros e bienais pela primeira vez entraram para a lista dos cinco principais canais de venda para o público em geral, impulsionadas pelo desempenho excepcional da Bienal do Livro de São Paulo no ano passado. Embora a venda de conteúdo digital, incluindo ebooks e audiolivros, tenha apresentado um aumento de 28%, ainda representa apenas 6% do faturamento total do setor editorial, que continua predominantemente ancorado nos livros impressos.

Imagem: Freepik

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